"É um ultraje que um Estado-membro das Nações Unidas esteja trabalhando para desmantelar uma agência da ONU que é também o principal interveniente na operação humanitária em Gaza", disse à AFP Juliette Touma, porta-voz da UNRWA.
A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) condenou nesta segunda-feira (28) a aprovação por parte do Parlamento israelense de um projeto de lei que proíbe suas atividades em Israel e Jerusalém Oriental, classificando a medida como ultrajante.
"É um ultraje que um Estado-membro das Nações Unidas esteja trabalhando para desmantelar uma agência da ONU que é também o principal interveniente na operação humanitária em Gaza", disse à AFP Juliette Touma, porta-voz da UNRWA.
Israel bombardeia Gaza e Líbano após Egito anunciar proposta de trégua
Israel bombardeou, nesta segunda-feira (28), o Líbano e a Faixa de Gaza, locais em que as tropas do país lutam contra os movimentos islamistas Hamas e Hezbollah, depois que o presidente do Egito, Abdel Fatah al Sissi, anunciou uma proposta de trégua de dois dias no território palestino
Nem Israel nem o Hamas comentaram a proposta do presidente egípcio, mas, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o governo debate um novo "plano de acordo" para a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza.
Este anúncio ocorre após o retorno do Catar de David Barnea, o chefe do Mossad — os serviços de inteligência exterior israelenses —, que se reuniu com o chefe da CIA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Catar para discutir um cessar-fogo no território palestino.
"Nos próximos dias, as negociações continuarão entre os mediadores e o Hamas para examinar a viabilidade das conversas e continuar tentando avançar para um acordo", indicou o gabinete de Netanyahu.
Egito, Catar e Estados Unidos são os países mediadores na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada após o ataque do movimento islamista em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
Em um contexto de alta tensão regional, o Irã elevou o tom e ameaçou Israel com "consequências amargas inimagináveis" após os bombardeios realizados no sábado contra instalações militares da República Islâmica.
Pelo menos quatro soldados morreram devido aos bombardeios israelenses, segundo o Exército, e os meios de comunicação iranianos indicaram nesta segunda-feira que o ataque também matou um civil.
A pedido do Irã, que apoia o Hezbollah e o Hamas contra Israel, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira em caráter urgência, às 16h de Brasília, para tratar do Oriente Médio.