11/11/2024 às 05h49min - Atualizada em 11/11/2024 às 05h49min

Morre Mauricinho Hippie, um dos fundadores da Feira Hippie em Goiânia

Maurício de Oliveira da Costa, o Mauricinho, deixa saudades e muitas histórias pelas ruas de Goiânia

​O Mauricinho nos anos 60 e 70, em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução)

Um dos maiores ícones da cultura goiana, Maurício Vicente de Oliveira, popularmente conhecido como Mauricinho Hippie, morreu na manhã deste domingo (10). A causa da morte não foi divulgada pela família. Mauricinho foi um dos fundadores da feira hippie em Goiânia.

A morte foi confirmada em uma mensagem divulgada pela família de Mauricinho:

“Goiânia perde uma das figuras mais folclóricas de um passado recente. A cultura e a arte, perde um dos seus maiores artista plástico que militou pelas galerias de arte de Goiânia. O movimento Hippie do passado, perde um dos seus criadores, o qual, deu nome à praça Hippie de Goiana e a música perde um acordeonista de exacerbado talento único. Falamos de Maurício de Oliveira da Costa, o Mauricinho, que deixa suas histórias criadas pelas ruas de Goiânia. Sua figura única, sua irreverência, suas roupas extravagantes, a qual, realmente chamava a atenção pela sua maneira de vestir. Sua Arte permanecerá sempre entre nós, sua figura única estará tatuada em cada cidadão goiano e sua maneira de ser, ficará eternizada na arte goianiense.”

Quem era o Mauricinho
Maurício Vicente de Oliveira nasceu em Minas Gerais, mas aos 9 anos se mudou para Goiânia. Pelas ruas, ele declamava poesias e fazia apres
 
entações artísticas vestido de personagens. Além disso, ele atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época em que imperava o conservadorismo.

“Mauricinho ‘abalava’ sempre que aparecia publicamente nos idos anos 1960 e 1970 em Goiânia, em uma época em que os jovens, no mundo inteiro, por meio da ‘contracultura’, puseram em xeque a cultura ocidental de origem mediterrânea e a supremacia do homem-branco-macho-adulto-sempre-no-comando.

Quem teve o privilégio de ver Mauricinho em uma de suas “aparições” (até os anos de 1990, quando um acidente o força interromper os atos), certamente não tem dúvidas de que esteve diante de um fenômeno artístico ou de uma obra de arte. Das suas inúmeras aparições restaram algumas imagens que dão uma pálida noção da força que nutria suas ações, embora forneçam delas um valioso registro por meio do qual Maurício Vicente de Oliveira ficará para sempre gravado na história desta cidade como o Mauricinho Hippie – artista e criador da feira Hippie”, diz trecho do texto “Maurício Hippie, o homem que coloriu Goiânia, de Carlos Brandão, para o Jornal da Imprensa, em 2011”.

A última aparição pública de que se tem notícia de Maurício foi no último dia 23 de setembro de 2023, na abertura da exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”, promovida pela prefeitura de Goiânia.
Mauricinho foi um dos criadores da feira hippie em Goiânia

“A gente expunha as mercadorias, somente artesanato e artes plásticas, no Parque Mutirama. Foi lá que começou a Feira Hippie. Eram cerca de 20 a 30 pessoas. Me lembro que o artista plástico Tancredo Araújo era um deles. Depois, a Feira se mudou para a Praça Cívica e, em seguida, para a Avenida Goiás. Eu fui até a fase da Avenida Goiás. Depois parei, quando a feira deixou de ser hippie”, disse Mauricinho em entrevista ao Jornal da Imprensa, em 2011.


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