13/11/2024 às 06h56min - Atualizada em 13/11/2024 às 06h56min

PMs são afastados por suspeita de envolvimento na execução de delator do PCC

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa, foi executado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ao todo, oito policiais acabaram afastados

​Guilherme Derrite, Secretário de segurança de São Paulo, anuncia força-tarefa para investigar crime de execução no Aeroporto de Guarulhos - (crédito: Divulgação/SSP-SP)

Por suposto envolvimento na execução delator do crime organizado Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, oito agentes da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) foram afastados do cargo, nesta terça-feira (12/11), por meio de uma força-tarefa feita pela Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP).

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi assassinado no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na sexta-feira (8/11), a mando da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Como delator do PCC, Vinícius expôs à Justiça os crimes da facção e de policiais envolvidos no esquema.

O homem fechou o acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) enquanto esteve preso por envolvimento com o crime organizado, em março deste ano. Entre as acusações, Vinicius apontou também um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de sugerir um suborno para amenizar a sua participação na morte de Cara Preta.

Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, foi assassinado a mando de Vinícius Gritzbach em 2021.

Força-tarefa
Segundo a SSP, os oito policiais afastados nesta terça-feira já eram alvo de investigações pela corregedoria da PM desde o mês passado. De acordo com informações do portal g1, as investigações começaram após denúncias de que esses agentes faziam segurança particular para Vinícius. O "bico" fora do expediente e sem autorização é considerado irregular pela PM.

A força-tarefa da SSP que investiga a execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi instaurada pelo governo paulista na nesta segunda-feira (11/11). Titular da pasta, Guilherme Derrite afirmou, em coletiva de imprensa, que, apesar dos assassinos utilizarem máscaras e luvas, após o crime, foi possível periciar o carro que eles utilizavam, encontrado no dia seguinte.

"Quando os criminosos estavam neste veículo, já não dispunham mais, segundo informações, de balaclava, de luva, ou seja, com os devidos cuidados que estavam quando cometeram o crime", comentou o secretário. No dia seguinte ao crime, o carro dos criminosos juntamente com uma mochila foram encontrados a sete quilômetros do aeroporto. Derrite afirmou que, quando os agentes chegaram ao local, encontraram armas e materiais utilizados pelos atiradores. Além destes, foram encontrados, segundo o chefe da pasta, materiais combustíveis, que indicavam que os criminosos tinham a intenção de queimar as evidências. "Por que isso acaba sendo positivo para a investigação? Porque foi feita uma perícia longa e exaustiva, e material genético foi colhido nesse veículo. O armamento vai passar por peritos também", afirmou Derrite.

Ao Correio, a Secretaria de Segurança de São Paulo afirmou que, além dos oito policiais afastados, outros agentes são investigados sob segredo de justiça "há cerca de um mês". As apurações também abrangeram a Polícia Civil.

"As corregedorias das duas instituições (Civil e Militar) acompanham as investigações para que todas as medidas pertinentes sejam adotadas, reiterando o compromisso e respeito às leis, à transparência e à imparcialidade", concluiu a SSP.


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