05/08/2017 às 13h13min - Atualizada em 05/08/2017 às 13h13min
O pessimismo da juventude brasileira com a classe política.
Victoria Angelo Bacon
Em plena era da livre informação, domesticamos desejos e terceirizamos escolhas, eis o retrato do jovem brasileiro dos próximos anos. O caminho da informação era o mesmo da desinformação, e o acesso ao conhecimento passou a ser um exercício constante de filtro, contextualização e organização do pensamento. Os tempos atuais das redes sociais criou-se a informação em massa onde o jovem independe de sua classe social ou de instrução recebe a mesma informação na tela de seu celular.
Não é apenas um fator que determina a descrença da população principalmente a camada jovem da população (esmagadora na decisão de um processo eleitoral) pela política, são vários, dentre eles a falta de boas lideranças, não podemos esquecer, porém, que fomos nós, povo, que os elegeu. A corrupção, roubalheira, falta de caráter e ética profissional, o despreparo do candidato a um cargo público, a insistência na permanência das nossas leis defasadas... Isso são fatores que influenciam para que o país se encontre na beira do abismo, e enquanto não levarmos a sério a política e votarmos em candidatos com mais responsabilidade não podemos querer evitar a queda... .
Foi-se o tempo que a informação era algo escondido na banca de jornal ou no TV movida a antena analógica. Naqueles tempos bem ali (anos 80, 90) um escândalo político não tinha à proporção que se tem hoje. Quando um deputado é vaiado num evento público, a velocidade com que se propaga a informação é tão rápida quanto o nosso pensamento.
Os deputados que votaram “a favor do povo” no último dia 02 de agosto (abertura de processo no STF em desfavor a Michel Temer) mesmo esses sendo da base aliada do governo e beijando-lhe as mãos, pensaram e logo existiram: O ano de 2018; o ano das eleições mais delicada e polêmica da história da República.
A descrença do jovem brasileiro com a política revelou-se nos dados divulgados pelo TSE em 2016 quanto da participação (entre 16 e 18 anos) faixa etária não obrigatória caiu 20,4% de 2012 para 2016. O total chegou a 3,3 milhões de eleitores o que representa um dado muito preocupante.
Os atuais que ainda imperam no Congresso Nacional, mostram o fracasso dos partidos como organizadores dos desejos da sociedade. Como eles continuam com o monopólio da questão eleitoral, as pessoas buscam outras formas de se expressarem (principalmente os jovens políticos em ascensão no parlamento). Esses jovens, os eleitores, decisivos em qualquer processo eleitoral, têm a sensação de não serem representados pela classe política. Pode ser que estejamos vendo o surgimento de um novo tipo de militância.
A política precisa de ar puro precisa-se de pessoas novas, e estas pessoas novas são os jovens de hoje da era da comunicação em massa que podem mudar esta situação, que com ética, decência e maturidade pode-se construir um país, um estado e uma cidade melhor. A política perde a credibilidade quando mantém sempre o mesmo modo e as mesmas pessoas com os mesmos interesses, precisamos fazer a nossa sociedade avançar, e só se dará com a força de vontade da juventude que é o futuro.
Acreditar na política, acreditar na mudança, acreditar na política de boa qualidade, a que tem as pessoas como o seu partido. A política tem jeito, basta querer mudar e essa só começará pelo jovem de hoje, aquele que não precisava ir á banca de jornal ou ligar sua TV analógica para conhecer o retrato político de um país no abismo!
Victoria Angelo Bacon FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Secretária Executiva e Jornalista.