27/11/2024 às 06h11min - Atualizada em 27/11/2024 às 06h11min

Vídeo: mulheres denunciam caso de racismo em shopping da 44, em Goiânia

Mulher foi agredida com capacete e teve familiares ofendidos com discurso racista

​Comércio da região da 44 em Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução)

Três mulheres denunciam que foram vítimas de racismo após um esbarrão acidental em um shopping da região da 44, em Goiânia. As vítimas, que são da mesma família – mãe, filha e prima – afirmam terem sido agredidas física e verbalmente por outra mulher no centro comercial. Vídeo mostra parte da confusão, em que a suspeita dirige novas ofensas aos cabelos das vítimas.

Segundo a Polícia Civil, as partes envolvidas na confusão foram levadas para Central de Flagrantes e a Delegacia Estadual de Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e de Intolerância (Deacri) instaurou procedimento para investigar o caso, tratado como injúria racial.

Racismo em shopping da 44 começou após queda de celular
Uma das vítimas disse que tudo começou quando o celular da suposta agressora caiu no chão. “Inicialmente começou com a moça derrubando o celular dela no chão. Quando eu estava passando perto, bem perto dela, eu fui pedir desculpas, pois poderia ter encostado e não ter percebido. Eu estava conversando com minha mãe e minha prima e poderia não ter notado. Ela foi e virou para trás e fez cara feia, dizendo que derrubei o celular dela”, disse.

“Minha prima disse que eu não derrubei o celular. Foi quando ela colocou o dedo na cara da minha prima e começou a ficar nervosa. Coloquei o braço entre as duas, sem encostar em nenhuma delas para evitar agressões”.

Nesse momento, a jovem afirma ter sido atingida com um golpe de capacete. “A agressora virou dando uma “capacetada” na minha cabeça. Grudou no meu cabelo, e eu, para me defender, acertei o rosto dela , que também ficou machucado. Depois, começou a nos ameaçar, dizendo que o marido era policial”, revelou.

“Cabelo de plástico” e “macacas” foram palavras usadas por agressora
Após as agressões, o trio foi ao banheiro, mas foram novamente abordadas pela suposta agressora. “Ela chegou na porta e começou a gritar ‘suas macacas’, falou que minha mãe tinha cabelo de plástico, chamou minha prima de preta fedida, dizendo que ela era feia porque ela era negra. Foi nesse momento que comecei a gravar”, disse a jovem.

“No final desse vídeo falo pra minha prima ligar para o 190. Ela queria ir embora e não deixamos. Nesse momento os seguranças viram que o trem estava mais sério e a impediram de ir embora. Quando a polícia chegou ela começou a se fazer de vítima. Minutos antes da polícia chegar ela disse que não tinha cometido crime nenhum, que racismo era “mimimi””, lembra.

Vítimas formalizaram denúncia na Polícia Civil; suposta agressora foi liberada
Advogado das vítimas, Lucas Rocha Andrade, afirmou que as palavras que a suposta agressora utilizou causaram indignação em clientes que passavam pelos corredores do shopping no momento da confusão. “O pessoal começou a criar um certo frisson em relação a essa atitude, falar que o que ela estava fazendo era crime. Clientes do shopping inclusive ajudaram a impedir que a mulher deixasse o local até que a PM chegasse.

A suposta autora foi conduzida pela viatura da Polícia Militar, enquanto as vítimas seguiram à delegacia em carro próprio. E antes de prestar depoimentos, todas as envolvidas foram levadas até o Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito. Em seguida, ouviram-se as vítimas e, por último, a suposta agressora, que, na sequência, foi liberada.

Advogado afirma que shopping foi omisso
O advogado também questiona a administração do centro comercial. “O shopping não prestou nenhum tipo de apoio, sequer uma nota de repúdio o shopping soltou. “O advogado afirma ainda que “buscaremos frente ao Estado e frente ao Poder Judiciário uma resposta a esse caso”, conclui.

PC investiga caso como injuria racial
Segundo a Polícia Civil, as partes envolvidas na confusão foram levadas para Central de Flagrantes e a Delegacia Estadual de Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e de Intolerância (Deacri) instaurou procedimento para investigar o caso, que é tratado como injúria racial.

O portal entrou em contato com o shopping e aguarda um posicionamento.

O nome da suposta agressora não foi divulgado, por isso a reportagem não conseguiu contato para pedir nota resposta.

 
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