05/12/2024 às 06h10min - Atualizada em 05/12/2024 às 06h10min

Uma semana após substituir secretário preso, nova titular da Saúde entrega o cargo

Ela substituiu o ex-titular, Wilson Pollara, preso em decorrência de uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO)

​Cynara Mathias entregou o cargo após uma semana (Foto: Divulgação)

Durou exatamente uma semana a gestão da sanitarista e cirurgiã-dentista Cynara Mathias frente a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Goiânia. O Mais Goiás apurou que ela entregou o cargo na noite desta terça-feira (3), ao prefeito Rogério Cruz (SD), menos de sete dias após sua posse, em decorrência da prisão do ex-titular Wilson Pollara, alvo de uma operação do MInistério Público que apurava irregularidades na pasta.
 
O Mais Goiás tenta contato com Cynara. Fontes ligadas ao Paço Municipal destacam que ela alegou motivos pessoais na entrega do cargo. A decisão coincide com uma nova paralisação dos médicos ligados a rede municipal de Saúde em Goiânia. O Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), deflagrou na noite desta terça-feira (3), uma nova paralisação dos serviços que vai atingir diretamente os CMEIs, UPAs e UBS da capital.
 
É apenas mais um ingrediente que se soma a crise sem precedentes que a saúde de Goiânia passa. Os episódios ocorrem em um contexto bastante crítica em meio a Operação Comorbidade, do Ministério Público, que culminou na prisão do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara e de dois gestores da pasta, por meio da Operação Comorbidade, tocada pelo Ministério Público de Goiás. Quando assumiu o cargo, Cynara destacou que iria contribuir com a equipe de transição e não havia “caído de paraquedas” na cadeira.
 
De acordo com o MPGO, a secretaria municipal de Saúde (SMS), sob o comando de Pollara, tinha contato direto com os fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão de três maternidades na capital, e realizava pagamentos de forma não oficial.

Pollara e os outros investigados (Quesede Ayres Henrique que atuava como secretário-executivo da pasta e Bruno Vianna, então diretor financeiro da SMS) formaram, segundo as investigações, uma associação criminosa que favorecia empresas por meio de pagamentos irregulares – e eles próprios -, desrespeitando a ordem cronológica de exigibilidade e causando prejuízos aos cofres públicos.

O esquema impactou diretamente a gestão da saúde municipal, agravando a crise no setor. Recentemente, o caos refletiu na fila das UTIs com pessoas morrendo à espera de uma vaga.


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