Escola no Parque da Cidade resgata dignidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social

Unidade Meninos e Meninas do Parque disponibiliza acolhimento e atendimento especializado à população em situação de rua, com oferta da Educação de Jovens e Adultos (EJA)

16/12/2024 08h11 - Atualizado há 3 meses
Escola no Parque da Cidade resgata dignidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social
Escola Meninos e Meninas do Parque atende, atualmente, cerca de 250 crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília

Vinculada à Secretaria de Educação (SEEDF), a Escola Meninos e Meninas do Parque atende, atualmente, cerca de 250 crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social, sendo a maioria do sexo masculino. A unidade fica localizada no Parque da Cidade, próximo ao Estacionamento 6, e completou 29 anos de história em abril deste ano. As matrículas podem ser feitas a qualquer momento do ano pelo telefone 3901-7780.

Cidadania
O trabalho ultrapassa os limites do conhecimento formal, fortalecendo a cidadania da população em situação de rua. Os alunos têm acesso a serviços essenciais, como encaminhamentos médicos e odontológicos, auxílio na solicitação de documentação e programas sociais, entre outros. Além disso, há oferta de espaço para banho, itens de higiene pessoal, troca de roupas e duas refeições, como almoço e lanche.

“Ao chegar à escola, eles não vão diretamente para a sala de aula, passam primeiro pelo banho”, explica a supervisora pedagógica Cristina Tibúrcio. “Recebem xampu, condicionador, sabonete líquido, hidratante corporal, uma toalha própria da escola e o uniforme, que são lavados todos os dias aqui mesmo. Depois, tem o almoço e só então começam as aulas. No final do dia tem a janta, para que saiam daqui alimentados, já que muitos voltam para a rua.”

A unidade também recebe doações de roupas, itens de higiene pessoal e outros artigos, novos ou usados (em bom estado), com o objetivo de distribuir entre os estudantes. As doações são disponibilizadas em um bazar, em que a moeda de troca é o tempo de permanência na escola. “É uma forma de incentivar a permanência em sala de aula e atender as necessidades específicas dos alunos”, frisa Tibúrcio.

Além disso, o planejamento político-pedagógico considera a história de vida de cada estudante, observando as limitações e potencialidades para o processo de aprendizagem. Na aula de língua portuguesa, por exemplo, a professora Ana Célia Costa Braga aposta na literatura de cordel para abordar o conteúdo. “Trabalhamos as classes gramaticais e a questão poética, por exemplo. Construímos cordéis sobre vivências na rua, sobre o ambiente em que vivemos, como o Parque da Cidade, a diversidade, as mazelas que já viveram, e com isso desenvolvemos também a oralidade do estudante”, explica.

Mais informações sobre a Escola Meninos e Meninas do Parque podem ser obtidas pelo telefone (61) 3901-7780.


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