Pelo menos nesta pauta, praticamente todos os políticos da cidade são contra a proposta do governo federal de passar a tesoura no orçamento do DF.
A medida, que vem do governo Lula (PT), deixou os representantes locais da esquerda numa situação, no mínimo, embaraçosa. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, baixou a orientação enfática para que a bancada no Congresso vote alinhada ao Palácio do Planalto, ou seja, pela mudança no FCDF.
Integrantes do partido, na capital federal, falam diferente, como Erika Kokay e Ricardo Vale. Eles estão na luta pela preservação da atual forma de cálculo do Fundo.
Kokay afirmou que, nessa reta final, é preciso intensificar as articulações para que o relator retire a mudança de reajuste do FCDF do texto. “Ao mesmo tempo, nossa bancada tem que impedir que seja apresentado qualquer destaque, com o intuito de recolocar (o Fundo)”, pontuou. “Continuaremos buscando sensibilizar o governo federal sobre a necessidade de não termos qualquer proposta que reduza o repasse”, garantiu
Kokay e Bia Kicis (PL/DF) sempre divergentes nas pautas do Congresso, neste quesito específico, estão com discursos semelhantes na defesa do orçamento do DF: uma concordância impensável, no dia a dia delas, na tribuna da Câmara dos Deputados.
No bloco da esquerda, no entanto, Chico Vigilante (PT) e Ricardo Cappelli (PSB) falam em auditoria dos recursos do Fundo, cobram que o GDF preste contas de como investe os recursos. Eles apontam falhas em setores como saúde, educação e segurança no DF. Uma forma de se contrapor às críticas da classe política local e, especialmente da direita, ao movimento do governo Lula de alterar a matemática do Fundo, o que reduzirá em bilhoes os repasses.
A atual gestão dos cofres no GDF questiona Vigilante e Cappelli sobre o período da auditoria que defendem: se vai incluir os governos também do PT e do PSB.
Elogio do Buriti ao vice da Câmara
O secretário de Governo, José Humberto Pires, elogiou à entrevista de Ricardo Vale (PT), que é vice-presidente da Câmara Legislativa, à coluna Eixo Capital, publicada no domingo. “Vemos uma atuação consciente, e preocupada com a cidade, vinda da oposição ao nosso governo. Uma postura que deixa de lado divergências ideológicas por um bem maior para nosso DF” comentou o secretário.