08/08/2017 às 05h49min - Atualizada em 08/08/2017 às 05h49min

Mais uma vítima de um bandido solto

Clodoaldo Alencar, 47 anos foi atingido por um tiro na cabeça quando estava no interior de sua loja

Por Miguel Lucena
 
 

 

 

Por Miguel Lucena

 

Clodoaldo Alencar Nóbrega, 47 anos, veio de Pombal, Paraíba, para ganhar a vida honestamente no Distrito Federal. Casado, sustentava a família com um comércio em Sobradinho. Foi assaltado, levou dois tiros na cabeça e morreu na noite deste sábado, no Hospital de Base.

 

O assassino, identificado e procurado pela Polícia Civil, era assaltante conhecido, já havia tentado contra a vida de outra pessoa e estava em liberdade condicional, uma invenção do Estado para não ter de gastar dinheiro com delinqüentes na prisão.

O Estado quer gastar o mínimo com presídios porque é um investimento sem margem para desvios, mas foi rápido no gatilho quando se tratou de erguer elefantes brancos para as Olimpíadas e Copa do Mundo.

 

Liberou os malucos, sob o argumento aparentemente piedoso de política antimanicomial, deixando as famílias sobrecarregadas, e agora solta os bandidos, para que a sociedade se vire como puder.

 

É preciso acabar com a progressão de regime. O criminoso deve saber, de antemão, que irá cumprir integralmente a pena pelo crime que cometer. Com isso, devem ser trancafiados apenas os criminosos violentos ou os não violentos que sejam contumazes na prática de atos ilícitos. Os chamados delitos de pequeno potencial ofensivo devem ser apenados com medidas alternativas à privação de liberdade.

 

O sistema de cumprimento de pena precisa ser aperfeiçoado, com cadeias-modelo que isolem os chefes de organizações criminosas e ponham os detentos para trabalhar para garantir seu sustento.

 

Enquanto isso, o Estado deve investir na primeira infância, orientando e apoiando as famílias, com creches bem equipadas para ajudar no cuidado com as crianças, evitando-se a negligência, o abandono e a agressão sexual, provocadores de transtornos praticamente irreversíveis, como a tendência à prática de crimes.

 

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF e Jornalista


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