O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de soltura da biomédica Quesia Rodrigues Biangulo Lima, presa em flagrante após a morte de uma paciente em uma clínica estética localizada no Parque Lozandes, em Goiânia.
A defesa da biomédica alegou que a prisão foi baseada exclusivamente na afirmação dos policiais sobre os produtos inadequados, sem realização de perícia. Os advogados argumentaram que medidas cautelares seriam mais apropriadas do que a prisão preventiva.
No entanto, o ministro Herman Benjamin destacou que o mérito do habeas corpus ainda será analisado pelo TJGO. Até lá, a decisão do STJ é de manter a prisão preventiva, considerando os indícios de irregularidades e os riscos envolvidos.
A análise final do mérito pelo Tribunal de Justiça de Goiás ainda não tem data definida.
Morte durante procedimento estético
A vítima, uma mulher de 44 anos, sofreu uma parada cardíaca após uma reação alérgica severa à aplicação de hialuronidase, uma enzima utilizada para remover preenchimentos de ácido hialurônico. Ela não resistiu e faleceu durante o procedimento.
Após o incidente, policiais, acompanhados pela Vigilância Sanitária, interditaram o local e prenderam a biomédica em flagrante. A custódia foi convertida em prisão preventiva pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que identificou irregularidades graves na clínica.
De acordo com a Vigilância Sanitária, foram encontrados produtos farmacêuticos vencidos e constatada a falta de higiene no ambiente. O TJGO manteve a prisão sob o argumento de que era necessária para impedir que a biomédica continuasse realizando procedimentos de forma irregular.
Dois inquéritos foram abertos para apurar o caso. Um investiga as circunstâncias da morte da paciente e o outro, as condições sanitárias e práticas na clínica. A biomédica responde por suspeita de exercício ilegal da medicina e uso de produtos em condições impróprias para consumo.