Delegado da PF diz que erro da PEC da Segurança "foi no nascedouro"

Em entrevista ao Correio, Luciano Leiro criticou a falta de diálogo e a desvalorização da Polícia Federal na proposta do ministro Lewandowski

29/01/2025 07h00 - Atualizado há 1 dia
Delegado da PF diz que erro da PEC da Segurança foi no nascedouro
- (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

"Não houve um chamamento para que houvesse uma discussão", lamenta presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).

O presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, criticou a falta de diálogo por parte do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para o desenvolvimento da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança. Para o delegado federal, “o erro da PEC foi no nascedouro”.

“Não houve um chamamento para que houvesse uma discussão. O Consesp (Conselho Nacional dos Secretários de Segurança Pública) não foi chamado para conversar. A Polícia Federal, os delegados de polícia, vários atores da área da segurança não foram chamados para dar as suas sugestões e contribuir com esse projeto inicial”, lembrou Leiro, em entrevista ao CB.Poder nesta terça-feira (28/1). O programa é uma parceria do Correio com a TV Brasília.

O presidente da ADPF pontuou, ainda, que a proposta apresentada por Lewandowski este mês não valoriza a atuação da PF, como por exemplo quando sugere a transformação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Polícia Viária Federal — que, segundo o texto, teria muitas funções similares à PF. Além disso, ele ressalta que a proposta não garante autonomia financeira à instituição.

Para o delegado, é preciso que seja dada uma vedação à Polícia Federal, para que os recursos encaminhados à instituição e à segurança pública não sejam contingenciados. Ele frisa que a PF é a Polícia Judiciária da União e, por isso, deveria haver, entre outros temas, uma proteção ao órgão no quesito orçamentário.

“Um grande gargalo da Polícia Federal é exatamente a questão da limitação orçamentária. Então, se perdeu a chance, com essa PEC, de dar uma proteção à PF nessa questão. Hoje, a Polícia Federal tem o menor orçamento dos últimos três anos. Houve um pedido de R$ 2,7 bilhões e só R$ 1,5 bilhão foi autorizado para estar no relatório da LOA (Lei Orçamentária Anual), que nem foi votado ainda”, lamentou.

 


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