Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Trinta e seis deputados de cinco partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinaram um pedido de impeachment contra o presidente, que será protocolado na Câmara dos Deputados na próxima semana. A informação foi confirmada pelo portal Metrópoles nesta quarta-feira (29).
Os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment são do MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP, que se uniram à oposição para cobrar o afastamento de Lula. O União Brasil tem três ministros no governo: Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional). O PSD também conta com três representantes no governo: Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). O MDB é representado pelos ministros Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento), enquanto o PP tem o Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca. O Republicanos, por sua vez, controla o Ministério de Portos e Aeroportos com o deputado Silvio Costa Filho.
O pedido de impeachment, elaborado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL), já conta com 117 assinaturas e se baseia em supostas irregularidades no programa Pé-de-Meia, identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O programa, destinado a incentivar financeiramente estudantes do Ensino Médio inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), oferece depósitos anuais que visam combater a evasão escolar entre os jovens. A oposição, entretanto, alega que o programa configura uma "pedalada fiscal", pois utilizaria recursos não previstos legalmente. De acordo com o deputado Sanderson (PL-RS), o valor das supostas irregularidades chega a R$ 3 bilhões, conforme apontado pelo TCU.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) citou o impeachment de Dilma Rousseff, que também foi baseado em uma acusação de pedalada fiscal semelhante, afirmando que o uso de recursos do Orçamento da União para o programa Pé-de-Meia não tinha previsão legal. “É um crime contra o Orçamento, assim como foram as pedaladas fiscais que acabaram fundamentando o impeachment de Dilma”, disse Van Hattem.
Confira os deputados de partidos aliados que apoiam o impeachment:
União Brasil
• Alfredo Gaspar (União-AL)
• Coronel Assis (União-MT)
• Coronel Ulysses (União-AC)
• Cristiane Lopes (União-RO)
• Dayany Bittencourt (União-CE)
• Dr. Fernando Máximo (União-RO)
• Eduardo Velloso (União-AC)
• Felipe Francischini (União-PR)
• Kim Kataguiri (União-SP)
• Maurício Carvalho (União-RO)
• Nelsinho Padovani (União-PR)
• Nicoletti (União-RR)
• Pastor Diniz (União-AC)
• Rodrigo Valadares (União-SE)
• Rosangela Moro (União-SP)
• Zacharias Kalil (União-GO)
PP
• Afonso Hamm (PP-RS)
• Clarissa Tércio (PP-PE)
• Covatti Filho (PP-RS)
• Delegado Fabio Costa (PP-AL)
• Dr. Luiz Ovando (PP-MS)
• Evair Vieira de Melo (PP-ES)
• Pedro Westphalen (PP-RS)
• Silvia Cristina (PP-RO)
MDB
• Delegado Palumbo (MDB-SP)
• Osmar Terra (MDB-RS)
• Pezenti (MDB-SC)
• Simone Marquetto (MDB-SP)
• Thiago Flores (MDB-RO)
PSD
• Ismael dos Santos (PSD-SC)
• Rodrigo Estacho (PSD-PR)
• Sargento Fahur (PSD-PR)
• Stefano Aguiar (PSD-MG)
Republicanos
• Franciane Bayer (Republicanos-RS)
• Messias Donato (Republicanos-ES)
• Roberto Duarte (Republicanos-AC)
O pedido de impeachment será um tema importante na próxima semana, quando o processo será protocolado na Câmara dos Deputados, potencialmente gerando novos desdobramentos no cenário político.
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