Trump diz que Faixa de Gaza seria "entregue aos EUA por Israel" pós-guerra

07/02/2025 07h38 - Atualizado há 3 dias
Trump diz que Faixa de Gaza seria entregue aos EUA por Israel pós-guerra
Presidente americano fez declarações na rede social Truth Social - (crédito: Ting Shen / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (6/2) que a Faixa de Gaza seria "entregue aos EUA por Israel" após o término da guerra com o Hamas — seguindo plano elaborado por ele mesmo nesta semana.

O republicano afirmou, em coletiva de imprensa junto ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na terça-feira (4/2), que os Estados Unidos controlarão Gaza e que os mais de 2 milhões de palestinos seriam realocados para outros locais, como Jordânia e Egito.

No dia seguinte, o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, tentou explicar o comentário do presidente. Segundo ele, a fala era apenas uma proposta para que os norte-americanos assumissem a responsabilidade pela reconstrução daquela área e que a população seria temporariamente realocada durante o processo.

Mas, nesta quinta, Trump reafirmou o seu plano inicial na rede social Truth Social. Para ele, quando Gaza fosse "entregue", "os palestinos já teriam sido reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas".

Ele escreveu que não seria necessário o envio de soldados americanos para Gaza e que as equipes americanas trabalhariam com grupos do mundo inteiro para iniciar "lenta e cuidadosamente a construção do que se tornaria um dos maiores e mais espetaculares desenvolvimentos desse tipo na Terra".

O republicano deixou claro, na terça-feira (4/2), que deseja transformar a região em uma espécie de "Riviera do Oriente Médio".

Netanyahu comentou que a proposta pode "mudar a história" e que "vale a pena realmente seguir essa via".

Ideia rejeitada por líderes mundiais

Líderes mundiais se manifestaram contrariamente ao plano de Trump. Entre eles, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que advertiu que os palestinos não abrirão mão de suas terras, direitos e locais sagrados.

Abbas acrescentou que qualquer tomada de território seria uma "grave violação do direito internacional".

A Jordânia, por sua vez, declarou: "“Sua Majestade, o Rei Abdullah II, enfatiza a necessidade de pôr fim à expansão dos assentamentos [israelenses], expressando rejeição a qualquer tentativa de anexar terras e deslocar os palestinos".

O chanceler do Egito, Badr Abdelatty, discutiu com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina. Mohammad Mustafa, possíveis projetos de recuperação de Gaza sem retirar os palestinos da região.

 


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