Ao invés de agir com firmeza para reequilibrar os poderes e impedir os abusos do Supremo Tribunal Federal, ele optou por recuar e fazer concessões. A famosa "cartinha à nação", escrita após o Sete de Setembro de 2021, foi um símbolo claro de sua fraqueza, cedendo à pressão do sistema em vez de tomar medidas concretas para reformular a Suprema Corte e garantir que a Constituição fosse respeitada.
Se Bolsonaro realmente tivesse a intenção de mudar o país e barrar os excessos do STF, deveria ter trabalhado para sua reformulação, criando um Supremo Tribunal Constitucional, composto por juízes independentes e comprometidos com a verdadeira justiça. No entanto, preferiu apostar no jogo político tradicional, acreditando que poderia negociar com aqueles que, desde o início, buscaram enfraquecê-lo. Essa estratégia, claramente equivocada, agora se volta contra ele, com inquéritos e acusações se acumulando.
A perseguição que enfrenta hoje é resultado direto de sua hesitação em agir quando tinha poder para isso. Enquanto seus adversários atuavam sem freios, avançando sobre as prerrogativas do Executivo e do Legislativo, Bolsonaro se limitava a discursos e tentativas de conciliação. Seus aliados alertaram inúmeras vezes sobre os riscos de confiar em um sistema corrompido, mas ele ignorou esses avisos e, agora, se vê à mercê de um Judiciário que não mede esforços para destruí-lo politicamente.
A prisão de Bolsonaro parece cada vez mais inevitável. Seus inimigos estão determinados a eliminá-lo do cenário político e usarão todas as ferramentas disponíveis para isso. Seus erros estratégicos, somados à sua omissão em momentos críticos, facilitaram o caminho para que essa perseguição se concretizasse. Hoje, sem o cargo de presidente e sem a mesma mobilização popular de antes, ele se encontra em uma posição vulnerável, sem muitas opções de defesa.
O ex-presidente ainda pode contar com uma base de apoiadores fiéis, mas será suficiente para evitar sua prisão? O cenário político atual indica que não. O sistema que ele ajudou, indiretamente, a fortalecer agora se volta contra ele. Bolsonaro poderia ter sido o líder que desmantelaria esse esquema de poder, mas escolheu a complacência. O preço dessa decisão está sendo cobrado agora – e será alto.