A Justiça em Goiás é tarda, falha, cega e elitista

Adiamento, pela terceira vez, do julgamento do motorista Eduardo José da Silva, réu pela morte da adolescente Raíssa Mikaelle Rosa Bueno, reforça essa realidade

21/02/2025 08h18 - Atualizado há 1 dia
A Justiça em Goiás é tarda, falha, cega e elitista
Raíssa Mikaelle Rosa Bueno | Foto: Divulgação

A justiça divina tarda, mas não falha. Enquanto isso, a justiça terrena tarda, falha, é cega e elitista. Goiás, sempre na vanguarda de todas as desgraças do Brasil, possui um dos sistemas judiciários mais questionáveis do país. A vergonhosa “justiça” que deixou passar impune Maurício Sampaio e segue protegendo os poderosos, enquanto oprime os oprimidos. A Justiça que encarcera pobres e blinda os ricos, garantindo a impunidade daqueles que deveriam responder por seus crimes.

O recente adiamento, pela terceira vez, do julgamento do motorista Eduardo José da Silva, réu pela morte da adolescente Raíssa Mikaelle Rosa Bueno, reforça essa realidade. A família da jovem, que perdeu a vida em um acidente na BR-153 em janeiro de 2020, aguarda há quatro anos por um julgamento que nunca chega, enquanto o réu segue se beneficiando da morosidade judicial. Previsto para esta terça-feira, 18, o júri foi adiado porque um dos advogados estava passando mal.

Intocáveis, os membros do Executivo e Legislativo são protegidos pelo foro privilegiado, tornando-se praticamente inalcançáveis pelo Judiciário. Enquanto isso, “cidadãos comuns” sofrem com a lentidão e seletividade da justiça no Brasil.

Os magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás, além de acumularem decisões questionáveis, ostentam alguns dos maiores salários do país. Em dezembro de 2023, a imprensa divulgou que pelo menos 37 desembargadores do TJ-GO receberam salários líquidos superiores a R$ 100 mil, com o maior valor atingindo impressionantes R$ 144.106,03. Enquanto a burocracia judicial mantém processos arrastados por anos, esses juízes e desembargadores usufruem de supersalários e privilégios, sustentados pelo contribuinte.

Se há alguém que deveria pagar pelas desgraças sofridas pela população são os juízes, promotores e desembargadores do Brasil. O Judiciário, que deveria ser o guardião da justiça, se tornou um pilar de privilégios, onde supersalários e benefícios obscenos reinam, enquanto processos se acumulam e decisões favorecem os mais ricos e influentes. Além dos altos salários, o Tribunal em Goiás restabeleceu benefícios extintos há quase duas décadas, como o adicional por tempo de serviço, garantindo aumentos automáticos sem respeitar o teto constitucional.

Tribunais de Justiça: Longe da Autonomia, Idoneidade e Imparcialidade

Os tribunais de justiça não são autônomos, idôneos e imparciais. Estão, na realidade, atrelados a interesses políticos e econômicos, garantindo que os poderosos se mantenham impunes e que a desigualdade prevaleça. A proteção a criminosos influentes, a demora na tramitação de processos e a manutenção de privilégios dentro da própria estrutura do Judiciário fazem com que a população perca a confiança na justiça.

A Justiça de Goiás, marcada por decisões questionáveis, corrupção e proteção aos privilegiados, precisa urgentemente de reformas. Caso contrário, seguirá sendo um símbolo do fracasso do sistema judiciário brasileiro, onde o poder e o dinheiro falam mais alto do que a lei e a moralidade.

Este texto não propõe um ataque aos poderes, como faz a extrema-imunda-direita, mas sim uma sugestão de reflexão e mudança.

 

Com informações do Jornal Opção


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