Dois movimentos, totalmente antagônicos, ganham força no atual cenário da política nacional.
Um deles tenta aprovar uma série de medidas para combater a corrupção e a impunidade dos políticos “ficha suja” e também acabar com o foro privilegiado, direito constitucional dos deputados, senadores e altas autoridades.
Na contramão, outro movimento político procura sabotar as investigações da Operação Lava Jato e minar as decisões do juiz federal Sergio Moro.
Ambos os lados têm fortes lideranças políticas. Certamente, contaminarão o andamento dos trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, neste final de ano.
As propostas para combater a corrupção foram apresentadas ao Congresso Nacional pelo Ministério Público Federal, apoiado por 2 milhões de assinaturas de todas as regiões do país. Essas propostas estão sendo debatidas numa comissão especial instalada na Câmara. Há previsão de serem votadas no plenário em 9 de dezembro, Dia Mundial de Combate à Corrupção.
No lado oposto, as ações pró-corrupção são orquestradas por quase uma centena de deputados, senadores, lobistas, ex e atuais ministros. Todos eles estão enroscados em dezenas de processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal e em Curitiba, na 13ª Vara Federal. Todos eles, beneficiários das roubalheiras milionárias ocorridas na Petrobras e em setores diversos do governo federal.
Na ofensiva “a favor” da corrupção eles querem: a aprovação de medidas que proíbam pessoas presas de fazer delação premiada, exigem que o delator seja “ficha limpa”, anulação dos processos que tenham vazamento, tornar menos rigoroso o acordo de leniência, acabar com o crime de caixa dois, liberar jogos de azar que possam facilitar a lavagem de dinheiro, ampliar as regras de impunibilidade de parlamentares e conceder aos ex-presidentes da República foro privilegiado.