Malafaia expõe deputados do partido de Bolsonaro que não votaram pela PL da Anistia: 'Duas traíras'

PL protocolou no sistema da Câmara dos Deputados o requerimento de urgência pedindo a votação da proposta; integrantes da base garantiram 146 adesões ao projeto

16/04/2025 07h56 - Atualizado há 2 dias
Malafaia expõe deputados do partido de Bolsonaro que não votaram pela PL da Anistia: Duas traíras
O pastor Silas Malafaia divulgou os deputados que assinaram e não assinaram o PL da Anistia na Câmara — Foto: Reprodução/Instagram

O pastor Silas Malafaia expôs em um vídeo nas redes sociais os deputados federais que não assinaram o pedido de urgência do projeto de lei que anistia os acusados e condenados pela participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Em vídeo publicado nesta segunda-feira no Instagram, Malafaia divulgou uma planilha de todos os parlamentares da Casa Legislativa, colocando em verde quem, segundo ele, votou pela urgência do texto, e em branco quem não votou.

Entre os nomes estão os dois parlamentares do PL, a quem o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo chamou de "traíras".

— O PL tem duas traíras. O deputado Antonio Carlos Rodrigues, de São Paulo, 'amissíssimo' do ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal). Não assinou o pedido de urgência do projeto da anistia, e o deputado Robinson Faria, lá do Rio Grande do Norte, que saiu do PL, mas o nome dele ainda consta — relatou.

Robinson Faria é pai do ex-ministro das Comunicações do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Fabia. O deputado migrou para o Republicanos em dezembro do ano passado, como informou sua assessoria. Na manhã desta terça-feira, Robinson protocolou um requerimento pedindo a inclusão do seu nome no pedido de urgência. O requerimento consta no site da Câmara.

Já Antonio Carlos Rodrigues, de 64 anos, está no primeiro mandato na Câmara, mas já foi senador numa caga de suplente após a saída de Marta Suplicy, em 2012. Em 2014, ele chegou a assumir o Ministério dos Transportes do governo Dilma Rousseff, pasta que ocupou até o impeachment da petista, em 2016.

Como disse Malafaia, Rodrigues é próximo de Moraes, e conhece o ministro há 30 anos. Em novembro do ano passado, em meio a mais uma operação da Polícia Federal (PF) relacionada à trama golpista, o deputado fez elogios públicos ao magistrado: "O que o ministro faz é muito bem feito. Eu admiro a atitude e a coragem de Alexandre de Moraes", disse ao jornal "Estado de S. Paulo". Procurado pelo GLOBO para explicar por que não aderiu ao PL da Anistia, o deputado não retornou.

Adesão de partidos da base

O PL mudou de estratégia e apresentou ontem um requerimento com 262 assinaturas, cinco a mais do que o mínimo necessário. O plano inicial do líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ), era conquistar mais apoios até a semana que vem, após o feriado de Páscoa, quando os líderes da Casa se reunirão para discutir a pauta de votações.

Os partidos da base do governo Lula colaboraram com 146 assinaturas para o PL da Anistia. O PL apresentou 88 assinaturas. Duas foram consideradas inválidas, do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ) e do líder da oposição, Luciano Zucco (RS). Isso porque ambos assinaram como líderes e não como deputados, o que considerado inválido para o tipo de documento. Veja os números de assinaturas por partido da base:

Mesmo com o número de assinaturas alcançadas, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não é obrigado a colocá-lo em votação. As assinaturas são apenas uma forma de demonstrar apoio a matéria. Na semana passada, Motta afirmou que não pautaria propostas que pudessem gerar “crises institucionais”. Aos líderes mais próximos disse que “não é o momento” para avançar com a proposta


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