Papa Francisco morre aos 88 anos

Líder da igreja católica ficou quase 40 dias internado por causa de uma bronquite que evoluiu para uma infecção; se recuperava no Vaticano

21/04/2025 06h01 - Atualizado há 1 dia
Papa Francisco morre aos 88 anos
O argentino Jorge Mario Bergoglio se tornou o 266º papa da Igreja Católica em 13 de março de 2013, depois da renúncia de Bento 16

O papa Francisco morreu nesta 2ª feira (21.abr.2025), aos 88 anos. O pontífice foi o 2º líder mais velho a governar a Igreja Católica em 700 anos. Com a saúde debilitada, sofria de problemas respiratórios. Foi internado em 14 de fevereiro no hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, na Itália, para tratar uma bronquite, mas exames revelaram uma pneumonia bilateral.

O religioso teve alta em 23 de março e estava em recuperação. Sua última aparição pública foi no domingo (20.abr), na bênção de Páscoa.

com as seguintes palavras: “Às 7h35 desta manhã [2h35 de Brasília], o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”.

Argentino nascido na cidade de Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936, Jorge Mario Bergoglio foi diagnosticado com pneumonia dupla no início de fevereiro de 2025. Em 2023, Francisco já havia passado 3 dias hospitalizado para tratar uma bronquite. Em março de 2024, não conseguiu ler o seu discurso durante uma cerimônia no Vaticano.

Em 17 de fevereiro, o Vaticano informou que o pontífice enfrentava um quadro clínico complexo. Resultados de exames indicaram que a bronquite havia evoluído para uma infecção polimicrobiana do trato respiratório.

Em 22 de fevereiro, o Vaticano afirmou que Francisco enfrentou uma crise prolongada de asma e precisou passar por uma transfusão de sangue e que ele “não estava fora de perigo”. Os exames realizados mostraram plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas no sangue) associada à anemia, o que levou à necessidade da transfusão. “O Santo Padre continua vigilante e passou o dia na poltrona, embora mais debilitado do que ontem”, informou.

Na tarde do dia seguinte, 23 de fevereiro, apesar do quadro crítico, Francisco apresentou melhoras e não teve novas crises respiratórias desde a noite anterior.

Ele manteve terapia com oxigênio de alto fluxo por meio de cânulas nasais. Os exames, no entanto, apontaram insuficiência renal inicial leve, que, segundo os médicos, estava sob controle.

Já em 24 de fevereiro, o Vaticano informou que o papa seguia fazendo terapia com oxigênio de alto fluxo por meio de cânulas nasais para ajudar na respiração. No mesmo dia, Francisco teve uma “leve melhora”, recebeu a Eucaristia e, à tarde, retomou suas atividades de trabalho. Fiéis realizaram uma vigília de oração pelo pontífice na Praça São Pedro, no Vaticano.

Depois, o papa não voltou a ter novas crises respiratórias e exames laboratoriais apresentaram resultados mais animadores, informou o Vaticano. No entanto, considerando a complexidade do quadro clínico do pontífice, por precaução, os médicos mantiveram o prognóstico de “estado crítico”. Em 25 de fevereiro, o papa telefonou para o pároco da Paróquia de Gaza para expressar sua proximidade paterna. Ainda por meio do comunicado, agradeceu “a todo o povo de Deus que nestes dias se reuniu para rezar por sua saúde”.

ÚLTIMAS PALAVRAS

Francisco teve alta em 23 de março e iniciou um período de recuperação no Vaticano. No domingo (20.abr.2025), fez uma aparição na varanda da Basílica de São Pedro, durante a celebração da Páscoa no Vaticano. Na cadeira de rodas e com dificuldades para falar, o sumo pontífice desejou aos “queridos irmãos e irmãs” uma “feliz Páscoa”.

Em seguida, ele passou a palavra para o mestre de cerimônias, o monsenhor Diego Giovanni Ravelli, que leu a mensagem “Urbi et Orbi” (“à cidade [de Roma] e ao mundo”) do papa. Ao final, fez a bênção diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro.

Na mensagem, o papa exortou os políticos a não cederem “à lógica do medo” e fez um apelo ao desarmamento. “A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se em uma corrida generalizada ao armamento”, afirmou.

O papa também declarou, no texto, que a esperança trazida pela Páscoa não é um sentimento alienante, mas de responsabilidade. O sumo pontífice lamentou a violência não só nos países, mas também nas famílias “dirigida às mulheres e às crianças” bem como o desprezo pelos fracos, marginalizados e imigrantes.

“Gostaria que voltássemos a ter confiança nos outros, mesmo naqueles que não nos são próximos ou que vêm de terras distantes, com modos de vida, ideias e costumes diferentes dos que nos são familiares”, disse.

 


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