04/11/2016 às 11h32min - Atualizada em 04/11/2016 às 11h32min

CRISE NA SAÚDE Com elevador quebrado, hospital do DF move pacientes pelas escadas

Em uma outra imagem, dois funcionários sobem as escadas com um homem deitado em uma maca. Segundo a dona de casa Maria de Lourdes, de 65 anos, é comum que os elevadores do hospital quebrem com frequência.

O UOL,

Sem poder contar com os elevadores que estão quebrados há pelo menos duas semanas, servidores e pacientes do Hospital Regional de Samambaia, região administrativa que fica há 31 quilômetros do centro de Brasília (DF), estão com dificuldades para se locomover dentro do prédio. ...

 

Em vídeo obtido pelo UOL, uma mulher de cadeira de rodas é carregada por três funcionários até o andar abaixo.

 

Em uma outra imagem, dois funcionários sobem as escadas com um homem deitado em uma maca. Segundo a dona de casa Maria de Lourdes, de 65 anos, é comum que os elevadores do hospital quebrem com frequência. "Além do trabalhão dos funcionários que se revezam para carregar os pacientes para cima e baixo, ainda tem a segurança, né? Um passo em falso pode resultar num baita acidente."

 

Nas imagens, uma funcionária diz preocupada: "Cuidado para não vir para frente [cadeira de rodas]. Gente, coloca de costas." 

 

O técnico em enfermagem Jorge Viana afirma que o Hospital Regional de Samambaia está sem condições de trabalho. Segundo ele, o mau funcionamento dos elevadores pode interferir diretamente na saúde dos pacientes.

 

"Os elevadores estão sem condição de subir o pessoal. E tem gente aqui que chega em estado grave, operado, né? Que não conseguem mesmo subir as escadas. Aqui, elevador é necessidade e não luxo. Além disso, o pessoal da Secretaria de Saúde está escalando os funcionários que fazem hora extra para subir os pacientes em maca e cadeiras de rodas. Um caos", diz o funcionário.

 

Os problemas se agravam com uma greve de servidores. Técnicos e auxiliares das áreas de enfermagem e radiologia estão em greve há 11 dias. Elescruzaram os braços para cobrar do governo do Distrito Federal uma gratificação no salário negociada na gestão do ex-governador Agnelo Queiroz, em 2013.

 

De acordo o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), Jorge Viana, a paralisação afeta a preparação de pacientes para cirurgias, marcação de consultas e serviços ambulatoriais.

 

Segundo o Sindate a gratificação chega a representar até 55% do que eles recebem. Os salários iniciais para técnicos e auxiliares de enfermagem e radiologia variam entre R$ 1,8 mil e R$ 3,6 mil. Ao todo, há 15 mil na Secretaria de Saúde. O número representa quase metade da força de trabalho – 32 mil.

 

Em nota, a direção do Hospital Regional de Samambaia informou que os técnicos da empresa responsável pela manutenção, ao iniciarem o conserto, verificaram que faltavam novas peças além das já solicitadas. Um novo pedido já foi encaminhado e as peças devem chegar até sexta-feira (5).

 

Já a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que os elevadores estão sem funcionar desde segunda-feira (31), e .não há duas semanas, como relataram alguns funcionários.


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