Anistia: em semana mais curta, oposição corre para tentar pautar o tema

Congressistas alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) propõem enxugar o texto do PL da Anistia para conseguir algum acordo para votar o texto

29/04/2025 08h23 - Atualizado há 2 semanas
Anistia: em semana mais curta, oposição corre para tentar pautar o tema
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (foto), se reúne com Hugo Motta (Republicanos-PB) nesta segunda-feira (28/4) - (crédito: Kayo Magalhaes/Câmara)

Depois de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter anunciado na semana passada que os líderes decidiram arrastar novamente a discussão sobre pautar ou não a urgência da anistia, a oposição inicia nesta segunda-feira (28/4) mais uma ofensiva de negociações com os líderes e com o chefe da Casa Baixa.

Nesta segunda, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vai se encontrar com o presidente da Câmara para retomar as conversas, segundo apurou o Correio. O encontro não consta na agenda de Hugo Motta. Os trabalhos da Casa vão só até quarta-feira, véspera do feriado de 1º de maio, Dia do Trabalhador.

Sóstenes já havia se reunido com Motta na semana passada depois da reunião de líderes na quinta (24). Naquele dia, o deputado, assim como parte dos líderes da oposição e da minoria, anunciou que voltaria a obstruir parte dos trabalhos da Casa como forma de protesto até que a presidência da Casa marque a data de votação da urgência.

A pressão sobre Motta — que demonstrou até aqui pouco interesse em avançar com o tema e se indispor com o governo e com o Supremo Tribunal Federal (STF) —, no entanto, não funcionará sozinha. Quem se opôs ao avanço da pauta na semana passada foram justamente alguns dos líderes partidários.

Embora a maior parte da Câmara (262 deputados) tenha assinado o requerimento de urgência da anistia, parte dos líderes partidários já avisou que só vai apoiar o prosseguimento do assunto se tiver conhecimento do conteúdo do texto.

O objetivo é evitar que o projeto de lei seja amplo demais e beneficie os apontados como mentores da tentativa de golpe em 2022, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para tentar convencer esses líderes, a oposição pretende apresentar um texto mais enxuto, que beneficiaria exclusivamente os presos pelo 8 de janeiro.

O consenso sobre rever a dosimetria das penas está próximo, com os representantes do governo — a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, já falou sobre o assunto publicamente e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também — e até o próprio Motta dizendo que os exageros precisam ser revertidos.

A estratégia da oposição, portanto, é tentar avançar nos assuntos onde será mais fácil conseguir acordo.


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