Laboratório do IFG apresenta risco de explosão e vazamentos, aponta relatório técnico

Conforme o documento, incidentes já foram registrados no local

14/05/2025 08h06 - Atualizado há 6 horas
Laboratório do IFG apresenta risco de explosão e vazamentos, aponta relatório técnico
Instituto Federal de Goiás (IFG) (Foto: Divulgação - IFG)

Um relatório interno do Instituto Federal de Goiás (IFG) revela falhas graves de segurança nos laboratórios de Química e Biologia da instituição. O Mais Goiás teve acesso ao documento que aponta riscos iminentes de acidentes como explosões, vazamentos tóxicos e incêndios, com potencial de afetar não apenas o campus, mas também prédios vizinhos.

Entre os problemas descritos estão equipamentos que atingem até 1000 °C posicionados próximos a divisórias de papelão, armazenamento inadequado de substâncias inflamáveis e corrosivas, falta de detectores de incêndio e extintores, além de rotas de fuga inexistentes.

Assinado por responsáveis técnicos pelos laboratórios, o relatório detalha uma série de incidentes já registrados no local. Entre os mais graves, estão a explosão de um reator de alta pressão com um usuário próximo; um vazamento de ácido sobre um aluno durante uma aula prática; incêndio em um aparelho de grande porte; além de intoxicações que exigiram atendimento médico com ventilação mecânica.

Alerta ignorado

Outro ponto crítico é o histórico de alertas ignorados. Um servidor da instituição, que preferiu não ser identificado, afirma que a direção do campus Goiânia foi informada sobre a situação, mas que as medidas corretivas não foram adotadas.

Em 12 de julho de 2023, um princípio de incêndio foi controlado por um servidor com extintor de pó químico. Um fio incandescente prestes a entrar em combustão foi localizado dentro do quadro de energia no piso S1, do Bloco 700. O local não possui rota de fuga, e a única saída dos laboratórios obriga a passagem onde houve o incidente.

Um parecer do Corpo de Bombeiros emitido em 2019 apontou exigências que seguem parcialmente descumpridas até hoje. Entre elas, estão a instalação de extintores sinalizados, sinalização adequada das rotas de fuga, iluminação de emergência e manutenção dos sistemas de hidrantes e alarme. O laudo também cobrou a certificação da brigada de incêndio e a apresentação de projetos técnicos atualizados.

Em nota, o IFG afirmou que o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico, está em fase final de execução, abrangendo todos os espaços do câmpus. O instituto destacou que extintores dentro da validade foram instalados e que uma tubulação específica para combate a incêndios foi implementada. “O Instituto Federal de Goiás aguarda a vistoria final das obras e adaptações por parte do Corpo de Bombeiros”, diz o texto. A nota ainda nega registros de acidentes ou irregularidades nos laboratórios na atual gestão.

NOTA DO IFG NA ÍNTEGRA:

“O Processo Eletrônico 23372001378/2022-11, que trata do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico do Câmpus Goiânia, está em fase final de execução. Ressaltamos que o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico do Câmpus Goiânia refere-se a todos os espaços físicos da unidade e não somente a um laboratório específico. Após as fases iniciais do processo – aprovação do projeto, licitação da empresa e execução das obras, e seguindo a legislação vigente –, foi realizada uma vistoria pelo Corpo de Bombeiros, etapa essencial antes da conclusão do processo. Nessa vistoria inicial, foram solicitadas algumas adaptações pelo Corpo de Bombeiros, já concluídas pela empresa contratada pelo IFG. O Instituto Federal de Goiás aguarda, portanto, a vistoria final das obras e adaptações por parte do Corpo de Bombeiros.

A execução do projeto dotou os espaços do Câmpus Goiânia de extintores, que estão dentro da validade, sendo que essa instalação foi acompanhada por servidores públicos efetivos que integram a Comissão Interna de Saúde do Servidor Público da unidade. Além disso, o Câmpus Goiânia passou a contar com uma tubulação de água para combate a incêndio com uma caixa d’água específica que foi instalada para esse fim.

Por fim, ressaltamos que não há registros de acidentes no laboratório de Química e Biologia do Câmpus Goiânia e que, na atual gestão da direção-geral da unidade, também não há registro formal de documento interno ou externo que indique supostas irregularidades nesse laboratório.”


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