Líder do PL diz que vai trabalhar para manter mandato de Zambelli

Segundo Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ofensiva para salvar a deputada começa na semana que vem; objetivo é mandar um recado ao Supremo

16/05/2025 07h10 - Atualizado há 21 horas
Líder do PL diz que vai trabalhar para manter mandato de Zambelli
"Vamos trabalhar para defender o mandato da mulher mais votada no Brasil na última eleição", disse Sóstenes Cavalcante à reportagem - (crédito: Bruno Spada/Câmara)

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse nesta quinta-feira (15/5) ao Correio que vai trabalhar para reverter a perda de mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por participar da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo Sóstenes, o partido deve começar uma ofensiva na semana que vem, quando os trabalhos da Câmara voltam ao normal. Nesta semana, os parlamentares estão em um recesso branco com a ausência do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) do Brasil. “Vamos trabalhar para defender o mandato da mulher mais votada no Brasil na última eleição”, disse à reportagem.

Parte do plano, segundo o parlamentar, é conversar com o presidente Hugo Motta na próxima semana para tentar uma resposta ao caso da deputada no STF. Na terça-feira (13), Motta já deu mostra de que vai peitar o Supremo para mostrar que cabe ao Legislativo decidir sobre os mandatos de deputados.

Enviou um questionamento à Corte sobre a decisão que derrubou parte de uma resolução da Câmara para beneficiar o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), outro investigado por participação na trama golpista liderada, segundo a Procuradoria-Geral da República, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A invasão ao sistema do CNJ se deu em 4 de janeiro de 2023. Segundo denúncia da PGR, Zambelli é a mentora intelectual do ataque hacker executado por Walter Delgatti, que chegou a ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro naquele mesmo ano.

O Ministério Público também afirmou que a invasão foi parte do plano golpista que culminou no 8 de janeiro de 2023. O objetivo, segundo o órgão, era o de colocar o Judiciário em posição de descrédito, com a emissão de documentos falsos, por exemplo. Um desses documentos foi um mandado de prisão contra Moraes assinado por ele mesmo.

Além do caso da invasão, Zambelli já pode perder o mandato em uma outra ação. O Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar e cassar o mandato da deputada por perseguir um homem com uma arma em São Paulo (SP) na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

O placar está em seis a zero pela condenação e perda do mandato, mas o ministro Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo, pediu vista (mais tempo para análise) e o julgamento segue suspenso.


  • Ir para GoogleNews
Notícias Relacionadas »