"Vitória total, nada menos", diz Netanyahu ao visitar base aérea de Israel

Ministério das Relações Exteriores de Israel agradece e parabeniza intervenção dos Estados Unidos em guerra contra Irã; autoridades internacionais repercutem ação americana

24/06/2025 08h50 - Atualizado há 20 horas
"Vitória total, nada menos", diz Netanyahu ao visitar base aérea de Israel
"Primeiro vem a força, depois vem a paz", diz Benjamin Netanyahu ao agradecer por intervenção americana no Irã - (crédito: Getty Images via AFP)

Em vídeo publicado nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (23/6), o governo de Israel, por meio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, agradece e parabeniza o presidente americano, Donald Trump, por entrar na guerra que o país trava com o Irã. O representante israelense visitou, também nesta segunda, um míssil antibalístico em uma base da Força Aérea de Israel e afirmou que “o objetivo” no conflito seria “vitória total, nada menos”.

De acordo com o discurso compartilhado no perfil oficial do Ministério das Relações Exteriores israelenses no X (antigo Twitter), a decisão “ousada” do chefe de Estado republicano “de mirar nas instalações nucleares do Irã com o incrível e justo poder dos Estados Unidos vai mudar a história”.

A publicação reforça que, embora o trabalho realizado por Israel no conflito que iniciou no último dia 13 de junho tenha sido “maravilhoso”, as ações americanas da madrugada desta segunda foram “realmente insuperáveis”. Para Netanyahu, os EUA “fizeram o que nenhum outro país na Terra poderia fazer”.

“A história vai registrar o fato de que o presidente Trump agiu para negar o regime mais perigoso do mundo, as armas mais perigosas do mundo”, diz o representante israelense, referindo-se ao Irã e a suposto perigo nuclear advindo do país persa. “A liderança dele hoje criou um pivô na história que pode guiar o Oriente Médio e além a um futuro de prosperidade e paz.”

Netanyahu afirma, porém, que o líder americano e ele concordam no que diz respeito à forma de se atingir a trégua. “O presidente Trump e eu costumamos dizer: paz por meio da força. Primeiro vem a força, depois vem a paz.”

Desentendimento com a Rússia 

Em publicação no X no domingo (22/6), o ex-presidente da Rússia Dmitry Anatolyevich Medvedev, que comandou o país entre 2008 e 2012 e foi primeiro-ministro até 2020, questionou “o que os americanos conseguiram com ataques noturnos a três instalações nucleares no Irã”. 

Em uma das reflexões, ele menciona que “vários países estão prontos para fornecer diretamente” ao país persa as “próprias ogivas nucleares”. Além disso, afirmou que “a grande maioria dos países ao redor do mundo se opõe às ações de Israel e dos Estados Unidos”. 

Na Truth Social, rede social de Trump, o presidente dos EUA se referiu à fala de Medvedev e pediu para ser avisado “imediatamente” caso a Rússia e outros países forneçam ogivas nucleares ao Irã. 

“Ouvi o ex-presidente Medvedev, da Rússia, proferindo casualmente a palavra ‘N’ (Nuclear!) e dizendo que ele e outros países forneceriam ogivas nucleares ao Irã?”, escreveu o representante americano. “Ele realmente disse isso ou é apenas fruto da minha imaginação? Se ele disse isso, e se confirmado, por favor, me avise IMEDIATAMENTE. A palavra ‘N’ não deve ser tratada com tanta leviandade. Acho que é por isso que Putin é ‘O CHEFE’.” 

Em resposta, o ex-presidente russo declarou que o país “não tem intenção de fornecer armas nucleares ao Irã” e que condena o ataque dos EUA ao Irã pois “ele falhou em alcançar os objetivos”.

“Diferentemente de Israel, somos partes do Tratado de Não Proliferação Nuclear”, explica Medvedev em comunicado publicado nesta tarde. “Eu sei muito bem o que isso implicaria, tendo supervisionado nossas forças nucleares como presidente. Mas outros países poderiam — e foi isso que foi dito. E nós definitivamente não deveríamos estar discutindo sobre quem tem mais armas nucleares.”

Repercussão internacional

Durante coletiva de imprensa nesta segunda, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que, apesar de os ataques dos Estados Unidos não serem legais, o governo francês compartilha o objetivo de que o Irã não obtenha arma nuclear.

“Embora possamos considerar legítimo neutralizar estruturas nucleares no Irã, levando em conta os objetivos, que são os mesmos que os nossos, não há quadro de legalidade”, disse, conforme replica a agência de notícias France-Presse.


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