Operação Tabajara: vai o anel e fica o dedo

Mino Pedrosa.
30/06/2025 15h02 - Atualizado há 6 horas
Operação Tabajara: vai o anel e fica o dedo
Após operação Tabajara vem aí a “Sardinha” servida como prato de elite na CLDF

Por Mino Pedrosa

Emparedado por investigações do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) por assédio moral, sexual e violência sexual, o deputado distrital Daniel Donizet (MDB) protagonizou um novo escândalo que abalou os bastidores do partido e da base governista na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Na madrugada de sexta-feira (27), Donizet foi parado em uma blitz da Polícia Militar do DF, embriagado e, segundo relatos, sob efeitos do “ratatá”. Ao ser abordado, recusou-se a fazer o teste do bafômetro e tentou usar o mandato como escudo, oferecendo uma “carteirada” ao comando da operação — sem sucesso.

Na tentativa de escapar das consequências, o parlamentar acionou o líder do governo na CLDF, Hermeto (também do MDB), militar reformado, que interveio junto a um oficial da PM solicitando que Donizet não fosse conduzido à delegacia. Hermeto ainda afirmou que o irmão do deputado retiraria o veículo do local, o que aconteceu.

A manobra quase passou despercebida, não fosse a revolta dos agentes envolvidos na blitz, que vazaram as informações da interferência do líder Hermeto intercedendo a favor do colega . A coluna Mexericos, do portal Fatos Online, revelou o caso em primeira mão ao amanhecer. Horas depois, a cúpula do MDB iniciou a “Operação Tabajara” e correu para conter os danos e “entregando” a cabeça de Donizet, isolando o parlamentar — já desgastado por diversas denúncias.

No fim do dia, o site Metrópoles publicou entrevista com Hermeto, que confirmou a ligação para o comando da operação, mas afirmou ter apenas cumprido seu dever. Mais tarde, nova matéria do portal mostrou a reação do governador Ibaneis Rocha (MDB), que se disse intolerante com esse tipo de conduta dentro do partido.

Na manhã desta segunda-feira (30), o presidente da CLDF e também presidente regional do MDB, Wellington Luiz — até então aliado de Donizet — se viu obrigado a retirar o apoio ao colega para preservar a estrutura política da legenda e proteger aliados com mais influência.

A deputada Paula Belmonte, que havia pedido vistas no processo disciplinar contra Donizet na Comissão de Ética da CLDF, também recuou, livrando-se do ônus de tentar salvar um parlamentar considerado insustentável até por sua própria base.

Diante da repercussão, a Polícia Militar do DF instaurou um procedimento na Corregedoria para investigar por que Donizet não foi encaminhado à delegacia após se recusar a fazer o bafômetro, como determina o protocolo padrão.

Toda essa rocambolesca história traz um forte odor de “Sardinha” e o presidente da CLDF, Wellington Luiz, mesmo odiando o fétido peixe terá de engolir o novo prato servido na CLDF que ao que tudo indica será indigesto ao se unir a oposição


FONTE: Coluna Mexericos, do portal Fatos Online
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