O Banco Central do Brasil (BC) permitiu, nesta quinta-feira (3/7), o retorno das operações da C&M Software, que sofreu um ataque hacker nesta semana e sofreu prejuízo quase bilionário por conta de desvio de recursos em contas de clientes. A empresa opera como um intermediário entre bancos e instituições financeiras com o Pix, operado pelo BC.
Apesar da flexibilização, o retorno às operações ainda ocorre por meio de suspensão parcial, o que significa que a autoridade monetária vai exigir restrições maiores para o retorno da empresa. As operações da C&M já podem ser restabelecidas em dias úteis, das 6h30 às 18h30.
Outra exigência é que haja “anuência expressa” da instituição que participa do Pix, além do robustecimento do monitoramento de fraudes e limites transacionais. “A decisão foi tomada após a empresa adotar medidas para mitigar a possibilidade de ocorrência de novos incidentes”, informou o BC em nota.
Em nota publicada ainda na manhã desta quinta-feira, a C&M confirmou que os serviços já foram restabelecidos e que já adotou as medidas previstas nos protocolos de segurança da empresa. Entre eles, o reforço de controles internos, auditorias independentes e comunicação direta com clientes afetados.
“A CMSW (C&M Software) segue colaborando ativamente com o Banco Central e com a Polícia Civil de São Paulo, e continuará respeitando o sigilo das investigações em curso”, disse a empresa, que manifestou, ainda, ter sido vítima de uma “ação criminosa”, que envolveu tentativas de acesso fraudulento por meio do uso indevido de credenciais de clientes.
“Desde o início deste episódio, a CMSW manteve uma postura serena, técnica e colaborativa, confiando plenamente em sua isenção quanto à origem do incidente, mesmo diante de ilações ou tentativas externas de antecipar julgamentos”, acrescentou a empresa.
O ataque a clientes da empresa pode ter desviado de R$ 800 milhões a mais de R$ 1 bilhão de contas bancárias, segundo as apurações feitas pela equipe que investiga o caso até o momento. Nesta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para identificar os autores do ataque hacker, que teriam convertido os valores roubados em criptomoedas.