Van Hattem cobra CPIs e critica "omissão" da liderança da Câmara

Após reunião de líderes, parlamentar cobra avanço nas investigações, agilização da anistia e aponta influência de vídeos com IA nos ataques ao Congresso

09/07/2025 08h34 - Atualizado há 9 horas
Van Hattem cobra CPIs e critica "omissão" da liderança da Câmara
Van Hattem: "Faz mais de um ano, talvez dois, que não se abrem CPIs aqui nessas casas" - (crédito: Wal Lima/C.B. D.A Press)

Após reunião de líderes na Câmara nesta terça-feira (8/7), o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) defendeu a retomada de debates paralisados e cobrou a instalação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) travadas pela cúpula da Casa. Segundo ele, uma nova rodada de discussões está prevista para quinta-feira (10), com foco na organização da pauta antes do recesso parlamentar.

O líder do Novo criticou a demora na instalação de novas CPIs no Congresso e exigiu agilidade na tramitação dos requerimentos já apresentados. “Faz mais de um ano, talvez dois, que não se abrem CPIs aqui nessas casas. Nós temos uma lista já de 14 requerimentos protocolados, um deles inclusive meu, que é da CPI do Abuso de Autoridade.”

Entre os temas que devem avançar, Van Hattem também mencionou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Ele informou que a relatoria ainda será definida pelo presidente da Comissão, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que deve dialogar com o presidente do Senado sobre o início dos trabalhos.

Questionado se há nomes em discussão para relatar a CPMI, Van Hattem respondeu que ainda não houve deliberação, mas defendeu que a relatoria fique com a oposição e deve ser considerado como crime hediondo. E ainda reforçou que se o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) for designado para a relatoria, ele terá apoio do Partido Novo.

Outro tema que era esperado para o debate, é o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, que não chegou a ser a pauta. Apesar disso, Van Hattem criticou a demora na votação e disse que o partido seguirá insistindo no tema: “Essa pauta já deveria ter sido resolvida. Infelizmente, o que nós vemos é que, apesar de uma maioria configurada na casa a favor de pautar e votar a anistia, dentro dos líderes essa mesma vontade não se apresenta.”

O deputado também demonstrou preocupação com ataques direcionados ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ao Congresso como um todo, na última semana. Segundo ele, esses ataques estariam sendo alimentados por vídeos com inteligência artificial e impulsionamento pago. “A imprensa tem dito que parte desses ataques teria sido financiado com recursos públicos, os impulsionamentos nas redes sociais de vídeos de inteligência artificial, colocando o povo brasileiro contra o Congresso Nacional”, disse.

A afirmação foi rebatida pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), segundo ele, “quem fez escola nesse país, e montou a maior rede de ilegalidade que atingiu a democracia, foi a direita liderada pelo ex-presidente”. Guimarães negou qualquer envolvimento na promoção das propagandas veiculadas pelo governo. A expectativa é que os temas debatidos avancem ainda nesta semana, com a próxima reunião de líderes já agendada, diante da proximidade do recesso no Congresso.


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