Ao menos 31 pessoas morreram em manifestações contra o governo queniano. A informação foi divulgada pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quênia (KNCHR) nesta terça-feira (8/7).
Além disso, 107 pessoas ficaram feridas, 532 foram presas e duas estão desaparecidas. Os atos foram convocados e organizados, principalmente, por jovens quenianos através das redes sociais.
Os protestos no país africano começaram nessa segunda-feira (7/7), data que marca os 35 anos das manifestações de 7 de julho de 1992, que exigiam uma democracia multipartidária no Quênia. Desta vez, a insatisfação dos quenianos tem como foco o governo do presidente William Ruto.
Presidente do país desde 2022, a administração de Ruto é acusada de má governança, supostos casos de corrupção, o aumento do custo de vida no país e a brutalidade policial. Por isso, manifestantes pedem a renúncia do mandatário queniano na nova onda de protestos.
Desde 2024, o governo queniano enfrenta pressões por parte da população, que chegou a invadir o parlamento do país contra um projeto de aumento de impostos. Na época, mais de 60 pessoas morreram em confrontos com forças policiais.
A recente onda de agitações no Quênia começou no fim de junho, após a morte do blogueiro Albert Omondi Ojwang. O homem, de 31 anos, morreu sob custódia policial após ser detido, acusado de difamar o vice-chefe da polícia local.
Depois das mais de 30 mortes em dois dias, o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu uma investigação independente dos fatos.