Feito de lama e gases, menor "vulcão" do mundo é encontrado no Peru

Formação geológica de 60 cm de altura, observada por indígenas, não expele lava, mas chama atenção pela aparência misteriosa

11/07/2025 09h06 - Atualizado há 10 horas
Feito de lama e gases, menor "vulcão" do mundo é encontrado no Peru
Menor vulcão do mundo foi batizado de "Olho de Águia" - (crédito: Instituto Geofísico do Peru)

Geralmente, ao se falar em vulcões, a imagem mais comum a se pensar é uma gigantesca estrutura geológica cheia de magma. Para contradizer esse estereótipo, foi descoberto o menor “vulcão” em Cusco, no Peru, formado por substâncias misteriosas que escorriam do minúsculo buraco.

Em área montanhosa no sul do país, alguns moradores da região encontraram esse monte elevado cinzento, com cerca de 60 cm de altura, semelhante a uma espinha no solo. Tal como os vulcões clássicos, a anomalia apresentava um formato cônico e uma cratera no pico.  

Um material lamacento vazava do topo da estrutura, solidificando-se e formando uma camada dura e escura. Conforme o portal norte-americano Sun, Arturo Mamani, um líder comunitário de origem inca, apelidou o vulcãozinho de "Olho de Águia".

O Dr. Hernando Tavera, chefe institucional do Instituto Geofísico do Peru (IGP), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MINAM), explicou que o chamado "menor vulcão do mundo” não é de fato um vulcão, mas sim um pequeno cone de lama e água. Trata-se de uma estrutura natural da qual lama, água e gases dissolvidos emergem do subsolo, sem a presença de magma ou atividade vulcânica propriamente dita.

"Esse tipo de fenômeno ocorre quando gases como metano, dióxido de carbono e outros chegam à superfície e carregam sedimentos argilosos misturados com águas subterrâneas”, explicou o cientista do IGP-MINAM. “O resultado é um monte com um buraco central, um cone com uma cratera, que dá origem ao nome "vulcão" devido ao seu formato cônico. No entanto, sua origem, tipo de atividade e o material que emite não têm relação com os vulcões ativos encontrados no sul do país."

Embora não represente um risco vulcânico, o Dr. Tavera alertou que, dependendo da composição da lama ejetada, ela pode gerar impactos ambientais, como potencial contaminação de fontes de água próximas. Portanto, o IGP informou que continua avaliando o caso para determinar sua evolução e possíveis implicações, a fim de fornecer informações claras e científicas ao público.

 


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