26/08/2017 às 18h47min - Atualizada em 26/08/2017 às 18h47min

Solto por Mendes, empresário está foragido

Do Plenário

O ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado (Detro), Rogério Onofre, que havia sido solto na quinta-feira (24) por habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes é considerado foragido da justiça. O juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, decretou a prisão dele, novamente, nessa sexta-feira (25),

Até a noite dessa sexta-feira, ele ainda não tinha sido encontrado. Depois que ganhou o direito de responder ao processo em recolhimento domiciliar, tinha que passar as noites, os fins de semana e os feriados dentro de casa.

Na nova decisão, Bretas atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) pela prisão preventiva de Onofre, pela existência de fatos novos no processo, por ameaças do réu a dois empresários envolvidos no processo, Nuno Coelho e Guilherme Vialle, de quem ele comprou imóveis para ocultar patrimônio, segundo o MPF. As ameaças foram gravadas em áudio e mensagens de texto anexados ao processo.

“Dessa forma, há risco concreto da liberdade de Rogério Onofre, não só pelo fundado receio de ocultação de capitais já mencionada alhures, como pelos fatos novos trazidos que apontam para a provável ameaça perpetrada por ele, o que se revela capaz de interferir sobremaneira na persecução penal, bem como na aplicação de eventual pena”, escreveu Bretas, em sua decisão.

A medida representa mais um capítulo no embate jurídico travado entre Bretas e Mendes, que usou a metáfora de que é o cachorro quem balança o rabo, e não o contrário, referindo-se à instância inferior do juiz do Rio de Janeiro. Porém, a frase causou polêmica e na quinta-feira gerou um ato público em apoio a Bretas, na Justiça Federal do Rio, com as presenças de juízes federais, procuradores da República, políticos, artistas de televisão e cantores, incluindo Caetano Veloso.

Foragido

O advogado disse que Rogério Onofre não estava em casa porque se sente ameaçado, mas afirmou que ele iria procurar a polícia neste sábado (26).

O empresário foi preso em julho na Operação Ponto Final, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber R$ 44 milhões em propina no esquema de corrupção no setor de transporte do estado do Rio. Onofre se tornou réu junto com outras 23 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral, em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

A mulher de Onofre também foi presa depois da operação, deflagrada em julho. Dayse Déborah Alexandra Neves estava indo de ônibus para Florianópolis e foi acusada de tentar movimentar 1,8 milhão de dólares de um fundo no exterior depois da prisão do marido. O MPF diz que ela chegou a ter 10 milhões de dólares em apenas uma conta no exterior.


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