06/09/2017 às 08h03min - Atualizada em 06/09/2017 às 08h03min

Rodrigo Rollemberg. Sem apoio dos aliados de 2014

Forças que estiveram com Rollemberg trabalham na criação de outra frente de poder para 2018

Por Ana Maria Campos-Correio Braziliense

Na discussão ontem sobre a votação do projeto que muda a Previdência do DF, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não pôde contar com os aliados com quem venceu as últimas eleições. O PSD, do vice-governador Renato Santana, divulgou nota contra. Os dois distritais do PDT, Joe Valle e Reginaldo Veras, se posicionaram pelo voto não, com o endosso da direção da legenda. Já o Pros ficou neutro. Mas a única distrital da sigla, Sandra Faraj, está de licença-maternidade. Isso mostra como o jogo político mudou desde a vitória nas urnas há três anos. Forças que estiveram com Rollemberg, como o senador Cristovam Buarque, ex-PDT e agora no PPS, Joe e o presidente do PSD, Rogério Rosso, trabalham na criação de outra frente de poder para 2018.

 

O novo grupo de Rollemberg

 

Os atuais aliados de Rollemberg foram conquistados durante o mandato. Luzia de Paula e Juarezão migraram de partidos de oposição para o PSB, do governador. O líder do governo, Agaciel Maia, é também um neófito do grupo de Rollemberg, assim como Cristiano Araújo (PSD). 

 

Eleições em jogo

 

Israel Batista (PV) era da base de Agnelo Queiroz. Hoje é um dos distritais mais leais ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Tem um quinhão grande no governo, o programa BoraVencer, voltado à preparação de alunos da rede pública para o vestibular. É um filão e tanto para o distrital, que deve disputar um mandato de deputado federal. Mas o Sinpro fez uma campanha para constrangê-lo, com panfletos contra o projeto que muda a Previdência, distribuídos em vários cursinhos onde Israel dá aula. Pesou a disputa eleitoral de 2018 e o medo de perder votos. Ontem ele se comprometeu com o Sinpro a votar contra o projeto, caso a matéria fosse a plenário.

 

Queda de braço 

 

A votação do projeto da Previdência do DF é a nova queda de braço entre o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o presidente da Câmara Legislativa, Joe Vale (PDT). Cada vez fica mais difícil imaginar que estarão no mesmo palanque em 2018.

 

Nem o Papa

 

Contabilizado como um voto a favor do governo na mudança da Previdência, o deputado Robério Negreiros (PSDB) começou o dia distribuindo aos amigos um meme com a imagem do papa Francisco e a pergunta: “Você vota com o Rollemberg?”. E Sua Santidade mexe a cabeça negativamente. 

 

Custo-benefício a considerar

 

Em 2016, o deputado distrital Robério Negreiros (PSDB) enviou uma representação ao Ministério Público do DF em que apontava a suspeita de irregularidades na mudança, pela Secretaria de Mobilidade do DF, do processo de vistoria de veículos de cooperativas para transporte rural. Até então, essa fiscalização era feita na rua, com abordagens aos ônibus. Mas o governo do DF passou a vistoriar os carros no terminal e com hora marcada. Em resposta ao pedido de investigação, a Procuradoria dos Direitos do Cidadão informou, em abril deste ano, que arquivaria o caso por não detectar ilegalidades na fiscalização. Mas a Operação Check List, deflagrada na semana passada pela Corf (Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes) da Polícia Civil, em parceria com a 2ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público (Prodep), apontou que esse tipo de vistoria era o caminho para a corrupção. A investigação indicou que fiscais marcavam hora para verificar as condições dos veículos e exigiam propina para liberar ônibus sem a mínima condição de rodar. Risco total para os passageiros. Agora, o distrital vai encaminhar nova representação ao MP com pedido de providências para que a fiscalização ocorra como no passado. O GDF alega que o novo modelo nas garagens reduz gastos. Mas a que custo?

 

Acabou a trégua?

 

O deputado Laerte Bessa (PR/DF) tentou levar à votação ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a PEC que federaliza a segurança pública do DF. Mas a bancada do PSB, de Rodrigo Rollemberg, trabalhou para tirar o quórum e evitar a discussão. 

 

Eric Seba: “Critério técnico”

 

O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, garante que prevaleceram critérios técnicos na escolha da reabertura da central de flagrantes em Brazlândia, em vez de em Santa Maria, onde há mais demandas. A reclamação partiu do presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do DF, Rafael Sampaio, que aponta ingerências políticas. Seba diz que atender a um pedido de um deputado para favorecer uma comunidade é legítimo, mas nega que tenha sido esse o fator de decisão. “Brazlândia é a cidade mais afastada do DF. A distância estava causando muitos transtornos para a população que precisava registrar uma ocorrência”, explicou.

 

Esclarecimentos

 

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou requerimento de autoria da deputada Érika Kokay (PT) para que o ministro Eliseu Padilha preste esclarecimentos sobre o decreto que extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e seus associados (Renca).

 

Despreocupado

 

Motoristas que passaram ontem à tarde pela pista principal do Sudoeste se assustaram com a cena: um homem deitado no meio da via, com uma garrafa de pinga do lado. Não parecia preocupado com nada.

 

Desafio

 

A deputada Celina Leão (PPS) bateu boca ontem com manifestantes nas galerias que a provocaram. Ela desafiou: “Estão recebendo de quem para estar aqui?”.

 

 
 

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