12/09/2017 às 06h33min - Atualizada em 12/09/2017 às 06h33min

FHC diz que Joesley ser fanfarrão não é motivo para anular sua delação

Ex-presidente participou de encontro com Alckmin, Doria e empresários em São Paulo

News, Brasil

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta segunda (11) que o fato de Joesley Batista, do grupo J&F preso ontem na Lava Jato, ser "fanfarrão" não é suficiente para anular seu acordo de delação premiada, assinado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

 

"O fato de que a pessoa foi também um pouco fanfarrão –e é bastante fanfarrão– não é suficiente para anular [a delação], se os indícios levarem a alguma coisa mais concreta do que a palavra dele", disse o ex-presidente tucano em entrevista coletiva em São Paulo.

 

Fernando Henrique riu quando foi perguntado sobre o encontro do procurador-geral com o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, em um bar de Brasília e respondeu:

 

"Só vi pelo jornal, não posso falar sobre o que eles conversaram. Visto dessa maneira dá a impressão de conluio. Mas será? Eu não sei".

 

Palocci no coração do governo petista

 

Questionado sobre a relevância do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci sobre o ex-presidente Lula (PT), na semana passada, quando acusou o petista de corrupção e confessou ter feito parte de um esquema com a Odebrecht, Fernando Henrique afirmou que Palocci falou de forma fria e equilibrada.

 

 

"Palocci era um nome da intimidade do governo [petista], então isso vai ter peso na compreensão do que aconteceu. Certamente. Além disso, [o depoimento] foi de uma maneira muito racional, de uma maneira muito fria e equilibrada. Claro que é a palavra dele. Mas há outros dizendo."

 

O tucano afirmou que a proliferação de partidos é um problema para o país. "Tem que acabar com a sopa de letras. Doa a quem doer", disse ele.

 

Mais cedo, ele participou de um almoço do grupo Lide, fundado pelo prefeito de São Paulo, João Doria, e sentou-se entre o prefeito e o governador Geraldo Alckmin. Os dois tucanos são eventuais pré-candidatos à Presidência em 2018.

 

Para os empresários reunidos pelo Lide, Fernando Henrique disse que a confiança do brasileiro se partiu como um cristal. "Precisamos de cristal novo", disse ele, para, em seguida, afirmar que o político não precisa ser necessariamente novo, mas sim suas ideias.


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