O Ministério Público Eleitoral (MPE) e a Polícia Federal fazem operação na manhã desta quarta-feira (13) em Salvador que tem como principal alvo o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL). A PF realiza buscas na Avenida Cardeal da Silva, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) e no bairro do Horto Florestal, onde mora o político. Além de deputado, Nilo, que tem 62 anos, é engenheiro civil. Ele foi presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) por cinco vezes e está no sétimo mandato como deputado estadual.
De acordo com o MPE, a Operação Opinião tem o objetivo de cumprir sete mandados de busca e apreensão em endereços de Salvador, dentre os quais na residência do deputado e no seu gabinete na Assembleia Legislativa, no CAB. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE/BA), com base em representação formulada pela Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA), em procedimento que investiga o crime de falsidade eleitoral, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral, envolvendo também a empresa Bahia Pesquisa e Estatística Ltda – Babesp.
Marcelo Nilo está no seu sétimo mandato como deputado estadual
“Os fatos são objeto de investigações em andamento tanto no Ministério Público Eleitoral quanto na Polícia Federal, que buscam apurar se o deputado Marcelo Nilo prestou informação falsa à Justiça Eleitoral, havendo indícios de que ele seria o controlador de fato da Babesp e que utilizaria a referida pessoa jurídica para contabilização fraudulenta de recursos utilizados de maneira ilegal em campanhas politicas, o que se costuma chamar de ‘caixa 2′. Além disso, há suspeita de possível manipulação do resultado das pesquisas eleitorais divulgadas por aquela empresa”, afirmaram a PF e o MPE, em nota.
Segundo o MPE, os alvos da operação foram os endereços residenciais e profissionais do político; de seu genro Marcelo Dantas Veiga; do sócio da Babesp Roberto Pereira Matos; e a sede da empresa Leiaute Comunicação, na Avenida Tancredo Neves. A operação visa apreender documentos, papéis, registros e dados arquivados em equipamentos de informática que possam contribuir com as investigações.
“Cerca de 30 policiais federais participaram da ação e dois membros da Procuradoria Regional Eleitoral acompanharam as buscas na Assembleia Legislativa e no endereço residencial do deputado. O nome da operação, Opinião, é uma referência à empresa investigada, cujo objeto seria a realização de pesquisas de opinião”, destacam o MPE e a PF.
O CORREIO tentou contato com o deputado Marcelo Nilo, a Babesp, Marcelo Dantas Veiga, Roberto Pereira Matos e a Leiaute Comunicação mas até o momento ninguém retornou o contato.
Genro recém-formado
Em agosto de 2013, quando era presidente da AL-BA, Nilo nomeou como subprocurador-geral da casa Marcelo Dantas Veiga, 23 anos, pouco mais de um mês após o rapaz receber o diploma de Direito, na Unijorge. Marcelo, à época, namorava a filha mais jovem do deputado, Natália Nilo. A nomeação causou ciumeira entre advogados que formavam a equipe jurídica da Assembleia. Por causa da repercussão, Marcelo foi exonerado um mês depois.