13/09/2017 às 22h16min - Atualizada em 13/09/2017 às 22h16min

Abadia diz que Izalci pode provocar um esvaziamento do PSDB do DF

“Sou uma tucana de bico grande, sou militante,mas não serei candidata ao Buriti, apesar de ouvir pelas ruas algumas vozes entoando o“volta Abadia”, diz ela

Fonte: Radar DF

A ex-governadora Maria de Lourdes Abadia disse que o deputado Izalci Lucas está protelando em publicar os editais, conforme exige o PSDB nacional, para a realização da convenção que irá escolher do novo comando do diretório regional da legenda tucana em Brasília, prevista para o próximo mês.

 

Em conversa com o Radar, a ex-governadora tucana disse que o PSDB-DF há muitos anos funciona a base de seguidas executivas provisórias como ocorre em grande parte dos estados e que por isso, a Executiva Nacional expediu para todos, um calendário para promover as eleições gerais.

 

“Aqui em Brasília, o Izalci fica protelando em soltar os editais para convocação. A maioria dos filiados quer eleição, eu também quero a eleição, mas Izalci se fecha e não cumpre uma determinação partidária”, disse.

 

Maria de Lurdes Abadia afirmou que torce pela unidade do partido e relembra o que aconteceu com ela quando foi candidata à reeleição em 2006, quando perdeu, ainda no primeiro turno, para José Roberto Arruda (PR).

 

“Arruda ganhou de mim com 0,1 por cento dos votos. E por que isso aconteceu? Porque cada um dos nossos pegou um rumo diferente. Uns foram apoiar o próprio Arruda, outros o Toninho do PSol, outros o PT e aí dançamos todos”, lembrou.

 

Ela defende que o comando do PSDB seja eleito por uma convenção, mas que Izalci não publica os editais e nem reúne com ninguém, comportamento que segundo ela, vem provocando alvoroço, o que pode contribuir com a consequente revoada de filiados para outras legendas. “O partido não pode ter dono. Falo isso como militante. Temos bons quadros no partido que inclui o próprio Izalci. O que falta é diálogo com a base que conta com mais de 20 mil filiados”, apontou.

 

Ela negou que é candidata à presidência do PSDB, ou que seja candidata a governadora do DF em 2018. “Sou uma tucana de bico grande, sou militante, apesar de ouvir pelas ruas algumas vozes entoando o“volta Abadia”.

 

Quanto ao rumo do PSDB do DF, se assumirá uma candidatura própria ao Buriti ou se fará aliança com alguém, a ex-governadora afirmou ao Radar, que prefere esperar as decisões da Executiva nacional.

 

Abadia afirmou que não sabe dizer ao certo se a executiva nacional deseja mesmo uma chapa majoritária em Brasília, como prega Izalci como candidato ao Buriti, diante do que se desenha em São Paulo, berço do tucanato.

 

Ela avalia que haverá cobrança de reciprocidade por parte do vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), um dos principais articuladores da pré-candidatura presidencial do governador, Geraldo Alckmin (PSDB). França atua nos bastidores para assumir a presidência nacional do PSB e consequentemente o governo paulista.

 

“Tudo é possível. Na política, como dizia Tancredo, até boi voa. A questão nacional sempre se sobrepôs as questões regionais”, disse ela.

 

Ao avaliar o governo de Brasília, Abadia afirmou que, com raras exceções, sentar na cadeira do Buriti não é fácil. Ela disse que o que falta no governo Rollemberg é uma atenção maior as cidades satélites e com o povo.

 

“As pessoas não conhecem os administradores porque o governador troca todo santo dia como alguém que troca de camisa. Uma cidade como Ceilândia que tem quase 600 mil habitantes sofre muito com a troca de administradores. As cidades estão malcuidadas por que o governo centralizou tudo e deixou as administrações sem orçamento até para fazer o trivial que é a obra do tapa buraco”, criticou.

 

Abadia disse também que o governo está cheio de secretários que não tem experiências para fazer a gestão dos órgãos que comandam e que o governador errou ao prometer que faria eleições para administradores mesmo sabendo que a Constituição não permite isso.

 

Por fim ela disse que não deixará de militar politicamente no PSDB, já que a sua filiação é a número um e contou que na última eleição foi candidata a deputada federal por três semanas por causa do irmão sofrendo no leito da morte no hospital Sírio Libanês.

 

“Mesmo com todas as dificuldades tive 40 mil votos. Estávamos em uma coligação com poucos partidos. O Izalci só é deputado federal graças aos meus votos, da Eliana Pedrosa e do Paulo Fernando. Se não fosse isso, o partido não teria feito nenhum deputado em 2014. Ainda assim ele é um ingrato”, disse sorrindo.

 

 


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