A Secretaria de Segurança Pública e Paz Social (SSP-DF) e o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF) trocaram acusações após a pasta ter divulgado um balanço da criminalidade na cidade em 2016. A entidade afirma que a secretária Márcia de Alencar manipulou os dados para “favorecer um discurso de normalidade na área de segurança”. O órgão, por sua vez, alega que o Sinpol fez a mesma coisa.
O sindicato se fia principalmente ao recorte escolhido pela secretaria. Na divulgação da pasta sobre roubo em residências, por exemplo, ela comparou os números apenas do mês de outubro deste ano e do último, sem levar em consideração a soma desde janeiro. Com essa “ginástica”, o órgão afirmou que houve redução na incidência desse tipo de crime.
Segundo o Sinpol, os roubos a residência no DF aumentaram 39%, pulando de 538 nos dez primeiros meses de 2015 para 748 no mesmo período em 2016. “Para o sindicato, estes dados (apresentados pela SSP-DF) estão incompletos e não retratam a realidade vivida pelos brasilienses”, critica a entidade, por meio de nota.
O sindicato ainda expõe que a quantidade de tentativas de latrocínio na cidade aumentou em 38% entre janeiro e outubro, pulando de 155 em 2015 para 215 este ano, e que o número de estupros também cresceu. Conforme os policiais civis, houve 69 casos a mais deste tipo de crime na capital no comparativo entre os dez primeiros meses dos últimos dois anos.
A Secretaria se defendeu atacando. Para o órgão, o Sinpol, “que deveria transmitir à sociedade o trabalho de seus associados para dar mais segurança à população”, tenta manipular os dados para “criar falsa sensação de insegurança, numa clara inversão do papel social do sindicato.”