A iniciativa foi ideia do professor Wallace Soares, um dos vizinhos. “O objetivo é lembrar aos governantes que nós existimos. O Gama é uma cidade tão antiga, é inadmissível que os moradores passem por uma situação dessa”, desabafa.
Ele explica que a comunidade dividiu o valor de sete placas. A intenção é colocar uma nova faixa para cada mês em que o problema continuar.
Wallace conta que inicialmente a administração regional demonstrou o interesse de resolver a questão, mas alegou que precisava da aprovação do projeto. Porém, quando a comunidade decidiu questionar a demora, descobriu que ainda não havia um projeto concreto. Agora, eles não têm certeza sobre o que vai acontecer.
Sujeira
Moradora da rua há 45 anos, a professora Maria de Fátima também colocou uma faixa na porta de casa. Ela conta que sua principal motivação para aderir ao protesto foi o excesso de poeira, de sujeira e de buracos. “Meu pai faleceu há dois anos porque pegou uma pneumonia por causa da poeira. Não dá para viver assim, temos crianças e até pessoas com deficiência morando aqui”, denuncia.
Segundo a professora, até chegaram a colocar algumas máquinas na rua, porém, a obra nunca iniciou de fato.
Poeira invade os lares
O aposentado Adson da Costa Oliveira mora na quadra há um ano e já se mostra insatisfeito com a situação. “Não podemos nem abrir as portas de casa que enche de poeira”, relata. Adson afirma que autoridades já foram vistoriar o local, mas nada aconteceu.
Administradora de uma das clínicas instaladas na mesma rua, Rosilda Maria dos Santos expõe que antes era bem pior. “Foram os próprios moradores que taparam os buracos que se formavam por causa da chuva. Fomos esquecidos e não é falta de iniciativa nossa”, completa. Ela conta que os pacientes também reclamam do estado da via.
“Depende de aprovação”
A administradora regional do Gama, Maria Antônia Magalhães, declara que já tentou tocar o plano de pavimentar a rua. “Fizemos um projeto, e a Segeth [Secretaria de Gestão do Território e Habitação] não aceitou. Tinhamos iniciado a obra há cerca de um ano, mas não recebemos autorização para continuar”, conta.
Ela afirma que a administração tinha a intenção de duplicar a via, porém, a secretaria não concordou com o alargamento. Por isso, um novo projeto, que estaria praticamente pronto, será encaminhado novamente. “Acredito que dessa vez vão aprovar. Assim, a Nocacap vai realizar a obra. Só não posso dar um prazo porque não depende só da administração”, argumenta.
Sobre o abandono, Maria Antônia se defende: “A própria administração tentou começar a fazer a obra e fomos denunciados por um morador anônimo. Aí tivemos que paralisar”, conclui.