A delegada Martha Vargas Borraz, conhecida por ter manipulado as provas do homicídio do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, foi novamente condenada. Dessa vez, a policial civil forjou informações do assassinato de seis adolescentes, em Luziânia, praticados por um serial killer.
Segundo denúncia do Núcleo de Controle da Atividade Policial (Ncap), a delegada, que era lotada na 1ª Delegacia de Polícia do DF, não tinha competência legal para apurar o crime. No entanto, Martha conseguiu recursos e autorização para viajar com o objetivo de prender um criminoso envolvido no caso.
Na justificativa, a delegada afirmou que iria à cidade de Presidente Juscelino (MG) para cumprir um mandado de prisão preventiva. Porém, ela foi a Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Além de omitir o destino, Martha ainda informou que iria cumprir uma decisão do “Tribunal de Júri e Delitos de Trânsito” – órgão que sequer existe no DF.
Além dela, três agentes de polícia (José Augusto Alves, Severino Ferreira Gonçalves e Gilmar João de Sousa) e dois agentes penitenciários (Carlos Antônio da Silva Dias e Guilherme Rodrigues Gaspar) a acompanharam na viagem, no período de 08 a 13 de fevereiro de 2010.
Na viagem para Bom Jesus da Lapa, Martha foi acompanhada de uma vidente, que conheceu em 2009 no homicídio do ex-ministro, para ajudar a elucidar os fatos . “A delegada Martha Vargas conheceu e passou a manter contatos com Rosa Maria Jaques, a qual se intitula ‘vidente’, e o companheiro desta, João Toccheto de Oliveira, passando a acreditar em informações que lhes eram fornecidas por força dos supostos poderes da aludida ‘vidente/paranormal'”, afirmou o juíza Maria Augusta de Albuquerque, na sentença.
A sentença foi proferida no dia 21 de setembro e Martha Vargas Borraz foi condenada à pena de dois anos e quatro meses e mais 23 dias de multa por uso de documento falso. A reportagem aguarda posicionamento da Polícia Civil do DF.