A Procuradoria-geral de Justiça do DF determinou a abertura de inquérito policial contra a deputada Celina Leão (PPS) e contra o defensor público-geral do DF, Ricardo Batista Sousa. A investigação vai verificar possível prática de crimes de violação de sigilo profissional e prevaricação. O Ministério Público do DF quer saber como os documentos sigilosos do prontuário médico do defensor público André de Moura Soares foram parar na mão da distrital durante sessão da Câmara Legislativa, em novembro de 2016. Ela usou a tribuna para desqualificar o trabalho do defensor que intermediou a denúncia da deputada Liliane Roriz (PTB) ao Ministério Público do DF no episódio que deflagrou a Operação Drácon.
Documentos desarquivados
O Ministério Público do DF teve acesso às notas taquigráficas em que a deputada Celina Leão (PPS) cita um problema de saúde do defensor público André de Moura Soares, que consta de sua ficha funcional. “Ele tem pânico. Ele está doente! Então, ele está readaptando para atender a população, não pode ficar sentado há mais de não sei quantas horas, mas, para fazer as périplas que ele fez na CPI, ele pode”. A Procuradoria-geral de Justiça do DF aponta que Celina usou documentos médicos do prontuário de André de Moura, com o timbre da Defensoria Pública. Uma apuração do MP já identificou que a documentação estava arquivada havia quase três anos e foi desarquivada e encaminhada ao gabinete do defensor público-geral, Ricardo Batista de Sousa. O caso será apurado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), sob o acompanhamento do MPDFT.
Relação próxima
A relação da deputada Celina Leão com a Defensoria Pública do DF é notória. A distrital é apontada como articuladora da derrubada de vetos do governador Rodrigo Rollemberg ao projeto que deu autonomia financeira do órgão.