O inquérito policial aberto pela Polícia Civil do DF, a pedido da Procuradoria-geral de Justiça do DF, contra a deputada Celina Leão (PPS) e contra o defensor público-geral do DF, Ricardo Batista, acabaram por trazer à tona um embate dentro da Defensoria Pública. Ricardo Batista e a corregedora do órgão, Elisângela Guimarães, entraram com uma ação contra a ex-chefe de gabinete do órgão Danielle do Amaral Salomão, por calúnia. As acusações de Danielle revelam uma guerra interna, com divergências entre diferentes grupos. Por conta do processo judicial, a ex-chefe de gabinete teve que apresentar uma retratação formal.
“Talibãs”
Danielle Salomão teve que doar R$ 1 mil ao Lar dos Velhinhos do Núcleo Bandeirante, além de assinar um desmentido, afirmando serem falsas suas declarações anteriores de que teria sofrido assédio sexual na Defensoria Pública e ter presenciado a perseguição de núcleos onde havia defensores “da oposição”, como o núcleo da saúde. A ex-chefe de gabinete disse ainda que a administração superior apelidava defensores públicos contrários ao grupo de Ricardo Batista de “talibãs” e que a intenção da cúpula seria de forçar o defensor André Moura a responder um processo administrativo que levasse à sua demissão.
Mudança de versão
Danielle havia dito ainda que recebeu da corregedora da Defensoria, Elisângela Guimarães, a pasta confidencial com os dados médicos de André Moura, com a finalidade de repassá-la a Ricardo Batista. No processo, o defensor público-geral negou ter entregue os dados a representantes da Câmara Legislativa. Na Justiça, Danielle disse que todas essas declarações seriam falsas. Assim, ela obteve a extinção da ação penal por calúnia.
Testemunha da investigação
Agora, a ex-chefe de gabinete da Defensoria Pública Danielle Salomão é testemunha no inquérito policial conduzido pela Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), aberto por determinação da Procuradoria-Geral de Justiça do DF. A suspeita é de que Danielle estava certa ao dizer que vazou a ficha funcional de André Moura, considerado inimigo da deputada Celina Leão, por ter intermediado as denúncias feitas pela deputada Liliane Roriz que levaram à Operação Drácon.