16/10/2017 às 06h26min - Atualizada em 16/10/2017 às 06h26min

Por Miguel Lucena. Crimes, egoísmo, e ganância

A semana começou com dois casos distintos que podem ser avaliados em conjunto pela motivação.

Miguel Lucena

A semana começou com dois casos distintos que podem ser avaliados em conjunto pela motivação: egoísmo e ganância, resultantes do desprezo para com o semelhante e do desdém para a vida em sociedade.

 

Domingo, no Recanto das Emas, um rapaz de 17 anos foi assassinado porque se negou a entregar seu telefone celular a dois bandidos, um deles menor de idade, quando voltava de uma festa.

 

Os criminosos não têm pena de ninguém. Eles foram convencidos pelas correntes ideológicas amantes da delinqüência de que são vítimas da sociedade e podem tudo, principalmente se estiverem com um revólver na mão.

 

Em entrevistas no Sistema Socioeducativo, menores disseram que matavam as vítimas porque as pessoas são muito apegadas a bens materiais, como se alguém fosse obrigado a se despojar de seus bens, adquiridos com dificuldade, para satisfazer e saciar a inveja do bandido.

 

No segundo caso, que chocou a população brasileira, a Polícia Civil do Distrito Federal indiciou um casal por tentar matar o filho de 2 meses, injetando-lhe insulina, com a finalidade de forjar um quadro de hiperinsulinismo congênito – doença que faz o pâncreas produzir o hormônio em grande quantidade – para arrecadar dinheiro com comoção popular, pela internet.

 

Tudo indica que o mesmo procedimento criminoso foi adotado em 2016, quando dois filhos do casal morreram com o diagnóstico. Na época, alegando que não recebia auxílio do Estado, a família apelou por ajuda em redes sociais.

 

Os dois episódios dão sinais de que bandido bom só existe na cabeça de quem se identifica com a marginalidade delinqüente, desprezando os cidadãos que, teimando em ser decentes, vão para a labuta diariamente.

 

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.

 

 

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