A decisão do Iphan nacional derruba um parecer anterior a da superintendência da Bahia. ...
Proprietário de um dos 24 apartamentos de luxo do empreendimento La Vue —que não saem por menos de R$ 2,6 milhões cada—, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) tentou usar sua influência política como um dos homens fortes do governo de Michel Temer para eliminar uma decisão da chefe do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Kátia Bógea, que embarga a obra. O documento do Iphan, entidade máxima do patrimônio histórico do país, diz com todas as letras o que o espigão de mais de cem metros é: uma obra com "grande e prejudicial impacto negativo", "destituída de carga simbólica ou relevância funcional que sustente eventual tratamento de exceção".
A decisão do Iphan nacional derruba um parecer anterior a da superintendência da Bahia, que liberava a obra. De saída do ministério da Cultura, Marcelo Calero revelou que a razão de sua demissão foi justamente a pressão de Geddel para tentar influenciar a decisão do Iphan, subordinado ao ministério da Cultura, para a provar o empreendimento.
Técnico, o parecer do Iphan nacional levou em consideração estudos técnicos e do Instituto dos Arquitetos do Brasil (Seção Bahia), que ingressou com umaAção Civil Pública contra o Edifício La Vue.
Localizado na Ladeira da Barra, o La Vue fica próximo de áreas tombadas: Igreja de Santo Antônio, o Cemitério dos Ingleses, além dos fortes de Santo Antônio e Santa Maria. Um estudo técnico identificou que a construção do prédio causará um sombreamento na praia da Barra de 100 metros de distância e 40 metros de largura, principalmente de março a setembro, das 7h30 até 8h30.
Em pouco mais de seis meses no poder Michel Temer já teve cinco troca de ministros
Em pouco mais de seis meses no poder, incluindo-se seu período de interinidade, o governo de Michel Temer já teve cinco troca de ministros. Três das demissões foram diretamente relacionadas às gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado. A saída mais recente, a de Marcelo Calero, da Cultura, acontece em meio à baixaria e acusações contra outro ministro de Temer, Geddel Vieira Lima.
As informações são do Estado de S.Paulo.
Romero Jucá (PMDB), que assumiu nesta semana a liderança do PMDB no Senado, deu início à dança das cadeiras nos ministério. O senador caiu da pasta do Planejamento dez dias após o PMDB assumir a Presidência, ainda em maio, após a divulgação de suas conversas com Sérgio Machado.No diálogo, Jucá fala em "estancar a sangria" da investigação da Lava Jato.
Fabiano Silveira teve de pedir para sair do Ministério da Transparência poucos dias depois da saída de Jucá do Planejamento. Ele também teve diálogos com Sérgio Machado divulgados. Nas conversas, quando o ex-ministro ainda era do Conselho Nacional de Justiça, ele aconselha Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Lava Jato,
Henrique Eduardo Alves, que comandava a pasta do Turismo, foi outro a cair por conta se Sérgio Machado. Alves saiu em junho, quando Machado disse ao MPF ter pagado R$ 1,55 milhão a Henrique Alves. Mas o ex-ministro já estava na mira do governo por conta de inúmeras notícias negativas contra o peemedebista.
Em setembro, Fábio Medina Osório atribuiu a saída do cargo de advogado-geral da União à insatisfação do Palácio do Planalto com medidas tomadas pela AGU contra políticos investigados na Lava Jato. Primeira mulher a integrar o primeiro escalão do governo Temer, Grace Mendonça foi nomeada para o cargo.