As chuvas torrenciais que demoraram mas chegaram a Brasília estão mostrando que o declínio da CEB é uma realidade. A incapacidade operacional da estatal de energia dentro dos padrões mínimos aceitáveis é palpável. O que se vê hoje é que a empresa não só mal distribui luz, como também mal socorre os usuários.
As falhas na prestação de serviço que caracterizam sua má atuação foi agravada com a deflagração de uma greve de servidores que, por mais absurdo que pareça, controlam a prestação de serviços das empresas terceirizadas, pagas pela CEB, e não pelo sindicato, justamente para realizar a manutenção que os grevistas não fazem.
O ineditismo dessa simbiose entre CEB-empregados-prestadores de serviços, será alvo de inquérito civil público por parte do Ministério Público do Distrito Federal. O Ministério Público de Contas também vai entrar no circuito. E essas ações renderão dores de cabeça para a diretoria da empresa, para o sindicato dos trabalhadores e, ainda, para as empresas terceirizadas.
Os promotores e procuradores querem saber, por exemplo, por que durante uma greve a direção da CEB permite que empregados de braços cruzados, liderados pelo sindicato, controle o fluxo de atendimento que deve ser realizado por empresa remunerada pela própria CEB. T
Já as terceirizadas terão que explicar por que, mesmo recebendo pela CEB, se submetem a orientação do sindicato da categoria quando da prestação do serviço. Analistas do setor avaliam que tanto a CEB, o sindicato dos eletricitários e as empresas terceirizadas poderão responder por improbidade e, ainda, arcar com eventuais prejuízos causados aos consumidores.