28/11/2017 às 08h32min - Atualizada em 28/11/2017 às 08h32min

Sem Huck e com Bolsonaro em alta, movem-se camadas tectônicas da sucessão

Muita gente em Brasília está achando que é hora de levar a possibilidade Jair Bolsonaro mais a sério.

Os Divergentes

A candidatura Luciano Huck era um balão, mas sua desistência está movimentando candidatos e movendo camadas tectônicas na sucessão de 2018. Geraldo Alckmin tratou de selar as desistências de Tasso Jereissati e Marcone Perillo para assumir a presidência do PSDB, com controle total do partido, antes que João Dória se anime a voltar ao palco presidencial. No circuito PMDB-Planalto, aumenta o temor em relação ao crescimento de Jair Bolsonaro, cuja candidatura andava sendo desdenhada mas agora assusta.

Por quê? No entorno de Michel Temer, os números de Bolsonaro nas pesquisas estão sendo examinados e reexaminados. Impressionou o último levantamento do Paraná Pesquisas  na Bahia, que obviamente deu vasta dianteira para Lula (48,9%), mas situou Bolsonaro em segundo lugar com 12,9, superando Marina Silva (8,8%), o nordestino Ciro Gomes (6,2%), Geraldo Alckmin (4,4%) e Álvaro Dias (2,3%).

Circula também no Planalto o levantamento de novembro do Site Poder360, que dá um empate entre Lula (26%) e Bolsonaro (25%), que se comparado às ultimas pesquisas Ibope e Datafolha de outubro aponta crescimento do deputado.

Com base nesses números, e nos dados de eleições internacionais recentes em que houve crescimento da direita, muita gente em Brasília está achando que é hora de levar a possibilidade Jair Bolsonaro mais a sério. Só para ficar no passado recente, lembram que uma das maiores surpresas do primeiro turno da eleição chilena foi o desempenho da extrema-direita, cujo candidato, José Antonio Kast, teve pela primeira vez 7,9% dos votos. Na Alemanha, a extrema-direita conseguiu entrar para o parlamento, com 12,9% do eleitorado. Sem falar na França, onde o presidente Macron disputou o segundo turno com Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Com tudo isso acontecendo no mundo, será que podemos nos dar ao luxo de não levar a candidatura Bolsonaro a sério? É o que se perguntam os estrategistas do PMDB. Tem lá sua razão. Mas não se pode desconhecer o fato de que, a esta altura do campeonato, com Huck fora, e Dória rifado no PSDB, o discurso do perigo da polarização direita X esquerda ajuda muito nas articulações para reunião das forças da centro-direita do PMDB e sua base em torno de um único candidato…


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