O secretário adjunto de Trabalho vai para o lugar do secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, que vai para o lugar do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP), que ficou sabendo disso ao ler matéria dos repórteres Manoela Alcântara e Ian Ferraz publicada no Metrópoles. As mudanças nada têm a ver com eficiência, competência ou interesse público — são para entregar a Secretaria Adjunta do Trabalho ao deputado federal Ronaldo Fonseca, do Pros, e não deixar desabrigados o atual ocupante do cargo, Thiago Jarjour, e o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, Tiago Coelho. Assim é a velha política, assim é o governo de Rodrigo Rollemberg.
O presidente da FAP, Wellington Almeida, é professor da Universidade de Brasília e não faz questão nenhuma de continuar no cargo, mas poderia ter sido informado da intenção do governador por ele próprio, e não por dois repórteres. A única pessoa do governo que conversou com Wellington sobre o assunto, depois de publicada a matéria, foi seu presumido sucessor. Mas essa é uma trapalhada típica da atual gestão, que age assim desde o início do mandato. Na FAP, Wellington não só consertou erros cometidos por seus antecessores como contrariou interesses poderosos e ilegítimos.
Thiago Jarjour deixou o PDT quando o partido rompeu com o governo. Será candidato a deputado distrital, mas está sem partido. Tiago Coelho é o presidente do PSB e mantém a tradição negativa, herdada de Marcos Dantas e de Jaime Recena, de acumular a função partidária com cargo no governo. O deputado Ronaldo Fonseca, evangélico, é um dos novos aliados da direita conservadora que Rollemberg cooptou depois que o PDT, o PSD e a Rede romperam com seu governo. Para atendê-los com cargos e verbas, o governador deverá fazer mudanças também em administrações regionais.