O senador Ronaldo Caiado (Democratas) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC, a caminho do PR) têm muita coisa em comum. Uma delas é subir ao topo da carreira política. E político de expressão nacional que se preza, sonha com o Palácio do Planalto. Mas pode se confortar com o Jaburu.
Os dois estão avançando em conversas reservadas para a composição de uma aliança. O objetivo é a Presidência da República em 2018. Se o acordo sair – nos bastidores essa dobradinha é tida como certa – a direita virá com força para as urnas.
Os entendimentos mais amplos estão a cargo das cúpulas do DEM e PR. A proposta é enfrentar em igualdade de condições de forças a dobradinha PSDB-PMDB, a ser definida, e uma provável candidatura da esquerda, eventualmente encabeçada por marina Silva.
Os cenários desenhados indicam três chapas fortes. A direita, aglutinando Caiado e Bolsonaro; a centro-direita, com o tucano Geraldo Alckmin e o peemedebista Henrique Meirelles; e a esquerda, com a Rede de Marina sendo sustentada pelos flancos pelo PT, Psol, PCdoB, PSB e PDT.
No caso específico de Caiado e Bolsonaro (ou Bolsonaro e Caiado), a cabeça de chapa caberá a quem estiver mais bem posicionado nas primeiras pesquisas de intenção de voto que serão realizadas ao longo de 2017.
Se a aliança avançar, pode atrair simpatizantes até do ninho tucano. Na votação do impeachment de Dilma Rousseff, por exemplo, Caiado e Bolsonaro agiram juntos ao lado de Mendonça Filho (Democratas, hoje ministro da Educação) e dos deputados Izalci Lucas (DF) e Bruno Araújo (PE), ministro das Cidades, estes dois, do PSDB.
A dupla é forte. A tendência mundial é uma guinada para a direita (Donald Trump que o diga). No Brasil, Caiado representa o agronegócio, uma verdadeira mina de ouro que gosta de influenciar junto aos políticos. Já Bolsonaro, tem por trás dele as áreas e segurança, que vão desde o Exército, Marinha e Aeronáutica, às polícias Civil e Militar dos Estados.