Com apenas uma reunião prevista por mês, os conselhos de órgãos e entidades das administrações direta e indireta do GDF consomem R$ 8,5 milhões por ano do orçamento público com os chamados jetons – verba usada para pagar os integrantes de 80 órgãos deliberativos. Conceitualmente, eles têm papel de tomar decisões, fiscalizar contas, evitar desvios e fraudes.
No entanto, o que se percebe, na prática, de acordo com especialistas ouvidos pelo Metrópoles, são nomeações políticas ou feitas para engrossar os contracheques de servidores do Executivo e do Legislativo que deixam a iniciativa privada ou os órgãos de origem na esfera federal para trabalhar no GDF.
A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), por exemplo, tem o jeton mais alto na capital federal. Cada um dos oito membros do Conselho de Administração (Consad) recebe por mês R$ 10.725,97, ou cerca de R$ 120 mil por ano, para tomar decisões em apenas 12 reuniões a cada 12 meses. No entanto, eles não conseguiram encontrar uma estratégia para recuperar os prejuízos da empresa e evitar que a Terracap quase viesse à falência. Em 2016, o rombo nas contas da agência ultrapassou R$ 200 milhões.