01/12/2016 às 20h23min - Atualizada em 01/12/2016 às 20h23min

​No DF, 93% das pessoas com HIV tem carga viral indetectável

Com esse resultado capital supera meta estabelecida pela Declaração de Paris

Assessoria de Comunicação Social

 O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a alcançar a terceira meta estabelecida para 2020 pela Declaração de Paris de ter 90% de carga viral indetectável entre a população já diagnosticada com HIV e que esteja em tratamento. Até o momento, a capital atingiu o marco de 93%.

 

Um dos fatores que contribuiu para este resultado, foi o aumento da oferta de tratamento anti-retroviral de HIV pela rede pública e a consequente elevação da detecção precoce da população infectada. Com isso, mais pessoas que vivem com o vírus passaram a procurar tratamento pela saúde pública.

 

A Declaração de Paris foi lançada em 2014, pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). O objetivo do documento é mobilizar esforços no mundo todo para erradicar a epidemia de AIDS até 2030. Entre as metas de tratamento estabelecidas pela carta, estão: ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; que destas, 90% estejam em tratamento; e que 90% deste grupo tenha carga viral indetectável.

 

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Tiago Coelho, a performance atingida pelo DF impacta diretamente na taxa de mortalidade decorrente da AIDS, que são as enfermidades causadas pelo HIV. "Por ser uma medida preventiva, o resultado tem um peso enorme. Porque, se uma pessoa que tem o vírus, tem a carga viral baixa, isso significa numa redução relevante da possibilidade de transmissão", afirma.

 

BOLETIM – De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV, AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), da Secretaria de Saúde, com dados de 2010 a 2015, verificou-se que, atualmente, 11 mil pessoas recebem tratamento retroviral na rede pública de saúde.

 

Além disso, o levantamento também demonstrou que, entre os anos de 2014 e 2015, os óbitos por AIDS reduziram em 11%. De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria, Heloísa Araújo, a diminuição dos óbitos significa que a rede consegue atender de forma satisfatória à população diagnosticada com o vírus e que necessita de tratamento.

 

"Este dado não representa apenas a garantia de tratamento adequado aos portadores de HIV, mas, também, uma mudança de comportamento, pois quem tem o vírus passa a ser consciente dos riscos, resultando em redução da transmissão para outras pessoas", esclarece.

 

PERFIL – Pelo Boletim, no ano de 2015, a maior quantidade de casos de HIV está concentrada na população masculina, em especial, entre homens que fazem sexo com outros homens, inclusive os bissexuais. Desta forma, no mesmo período, a média de notificação foi de sete ocorrências masculinas para uma feminina.

 

Considerando os gêneros masculino e feminino, as faixas etárias que mais apresentaram infecção por HIV foi de 20 a 34 anos e de 35 a 49 anos.

 

Entre as regiões da capital que mais registraram novos casos, destacam-se Asa Norte, Águas Claras, Lago Norte, Taguatinga e Varjão.

 

SÍFILIS – Entre 2014 e 2015, o levantamento apontou que foram registrados 1.066 novos casos de sífilis, o que corresponde a um aumento de 7,7% nos homens e de 3,6% nas mulheres. As ocorrências foram, majoritariamente, notificadas entre a população com faixa etária de 20 a 34 anos e de 35 a 49 anos.

 

Para Heloísa Araújo, diretora de Vigilância Epidemiológica da pasta, o aumento dos casos da doença representa duas realidades que necessitam de uma mudança de comportamento, sendo elas: o abandono do uso de preservativo entre a população mais jovem e a falta de tratamento de um dos parceiros da relação.

 

"Oferecemos o preservativo, mas falta a conscientização das pessoas quanto ao uso, porque não se trata apenas de um método contraceptivo, mas, principalmente, por ser considerado o método mais eficaz de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, numa relação, os dois parceiros precisam de tratamento, pois, sem isso, não há como interromper o ciclo de transmissão", declara Heloísa.

 


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