27/12/2017 às 07h54min - Atualizada em 27/12/2017 às 07h54min

Deputado propõe encaçapar o Sol e engarrafar o vento

Os políticos brasileiros não podem ver nada que funcione bem em benefício da população. Se é bom para o pobre cidadão, então é muito ruim para deputados e senadores. Um grande esforço da iniciativa privada, no decorrer dos últimos anos, permitiu que o Brasil desse um passo inicial em direção à produção de energia elétrica por meios renováveis.

Hoje a sombria Alemanha produz em determinados dias, 50% de sua energia por meio de placas fotovoltaicas. Especialistas que visitaram o nosso combalido sistema de produção, informaram que a maior insolação encontrada na Europa é menor que a menor registrada aqui, especificamente em Santa Catarina.

Outra riqueza que pode contribuir com a redução de hidrelétricas são os ventos constantes em diversas regiões. A produção por meio fotovoltaico ou eólico são caminhos imprescindíveis para deter aberrações de inundações para a formação de represas, com a matança da fauna e da flora. Algumas tribos indígenas fazem parte do estrago.
 

As duas novas fontes de energia estão contribuindo para a diminuição da conta de luz. É muita notícia animadora e desagrada o deputado federal Heráclito Fortes, que teve sua alcunha de Boca Mole revelada no sistema secreto de propinas Drousys da Odebrecht.

Ele anda na Câmara com um projeto debaixo do braço que pretende cobrar royalties pelo vento e pelo Sol, que geram a energia elétrica mais barata e limpa que o homem pode produzir.
 

ntegrante do mesmo partido político do governador de Brasília Rodrigo Rollemberg, o PSB, Boca Mole vem de um Estado muito rico aparentemente, com um IDH de fazer inveja ao Burundi, graças, deduz-se, ao seu grande desempenho parlamentar em benefício de sua terra natal. O Piaui é aqui!

Ninguém inveja a origem de seu apelido, certamente, mas ele utiliza a ferramenta de nascença com grande apetite para morder e engolir qualquer iniciativa que produza algo útil para a sociedade. Travestido de Deus, dono do tempo e do espaço, quer agora vender o Sol e o vento, que têm proporcionado um horizonte melhor para milhões de cidadãos.

Ninguém sabe se suas ideias são fruto de apagões que sofre durante o sono, ao consumir todo o oxigênio do quarteirão onde mora, ou se a receita dos empresários pioneiros começa a justificar o investimento pesado e a aposta que fizeram no politicamente correto ao longo dos anos.

Politicamente correto? Se existe isso na Esplanada dos Ministérios é a pergunta que muitos organismos internacionais fazem nesse momento. Ninguém sabe exatamente o que Heráclito Boca Mole Fortes quer, mas terá manchete garantida no Natural Geografic, com direito a close. Lá seus concorrentes, aí sim, são fortes.

O estorricado Piaui que gerou Heráclito, agora quer se redimir contribuindo para a geração de emprego e renda. Mas Boca Mole não pode nem pensar nessa hipótese e não quer deixar. É muita modernidade e riqueza para seu Estado. São ótimas novidades que não partiram dele.

Nos papeis dos deuses Apolo e Éolo, Boca Mole que, dizem, se julga dono do povo de lá, agora quer ser o signatário da natureza. Parece piada mas não é. Pela gravidade da proposta, cabe ao eleitor deduzir que definitivamente o céu é o limite para os parlamentares brasileiros.

Só Kim Jong-un para deter tal aberração. Ele é bem capaz de afirmar que o Sol e os ventos nascem em Pyongyang e também vai querer royalties de Teresina. Mas nesse caso seria um confronto justo de ideias e comportamento. Pau a pau.

Não podemos deixar de considerar uma possibilidade: pode ser que Boca Mole esteja advogando em causa própria. Diz a lenda que em uma festa de aniversário, ao soprar as velinhas elas nunca mais foram encontradas.

Ah… está entendido.


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