A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (CORF/PCDF), prendeu na noite da última quinta-feira (8), Timóteo Campos Teixeira, de 30 anos, suspeito de se passar por funcionário de banco para supostamente facilitar às vítimas empréstimos e créditos em programas sociais. Ele é suspeito de aplicar os golpes desde 2012, tendo como alvo pessoas de baixa renda, desempregadas e analfabetas. Suas vítimas eram de Taguatinga, Sobradinho e Planaltina. Já havia registros de dois inquéritos contra Timóteo, um em 2016 e outro em 2017.
O suspeito morava na Colônia Agrícola Samambaia, localizada em Taguatinga, e se apresentava para as vítimas como funcionário da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, além de fingir ser amigo próximo de bancários que seriam capazes de agilizar empréstimos e cartas de crédito para programas como “Minha Casa Minha Vida”. Pela promessa, ele cobrava a quantia que variava entre R$ 1.000 a R$ 2.000, e prometia a aprovação no prazo de 15 a 45 dias. A polícia acredita que ele também esteja envolvido em golpes relacionados a automóveis, mas ainda investiga a possível ligação.
Suspeito era convincente
De acordo com a delegada Isabel de Moraes, ele chegava às vítimas de forma aleatória. “Ele conhecia as pessoas no dia-a-dia e, a medida que fechavam contrato com ele, ele pedia para que fosse indicado, e assim ia fazendo sua rede de vítimas”, explica. Ainda de acordo com a delegada, Timóteo era muito convincente: “ele sempre andava bem arrumado, com carro de luxo e argumentava que o empréstimo era muito sério e que se mantinha através deste trabalho”.
O carro do suspeito, uma BMW, também foi apreendido. A delegada acredita que o carro seja fruto dos estelionatos. Timóteo já tem passagem pela polícia pelo mesmo crime e por porte de arma, mas cumpriu a pena em liberdade. Segundo Isabel, o estelionatário fez nove vítimas, mas a polícia acredita que outras aparecerão ao longo da investigação. O suspeito segue detido em prisão preventiva, aguardando decisão da Justiça.
O lado da vítima
“Quem vai te conseguir o dinheiro é um bancário”. Foi essa frase que Erivaldo do Nascimento Ribeiro, 40, desempregado, ouviu de Timóteo ao questionar como ele fazia para conseguir os valores do empréstimo. Erivaldo conta que conheceu o suspeito em uma auto-escola e, lá, ficaram amigos. “Ele estava conversando com a dona, nós começamos a conversar e ele me contou que estava comprando o lugar. Depois disso, criamos uma amizade e ele me apresentou o trabalho dele, que consistia em facilitar o programa ‘Minha Casa Minha Vida’ e em arrumar empréstimo”, revela.
A vítima relata que escolheu o empréstimo por estar precisando muito do dinheiro. Para isso, lhe foi cobrado R$ 1.000. Em troca, Timóteo prometeu que o dinheiro estaria na conta de Erivaldo entre 15 e 20 dias. “Ele disse que seria um valor entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Eu paguei o dinheiro, mas estava desconfiado e comecei a perceber que tinha algo errado quando o Timóteo não trazia os papéis para eu assinar. Eu o ameacei, disse que iria denunciá-lo e ele sumiu”, diz o homem.
Quando Erivaldo percebeu que tinha caído em um golpe, foi até a Polícia Civil fazer a denúncia e, segundo ele, lá ficou sabendo do histórico do estelionatário. Indignado, Erivaldo afirma: “ele é muito enrolado, muito mentiroso. Fiquei sabendo que ele está com um advogado, mas isso me entristece muito. Uma pessoa dessa não deveria ter o direito de ser solta”.