Até o dia 7 de abril, prazo fatal para as filiações partidárias, o cenário politico estará bastante agitado, com o envolvimento dos 35 partidos legalizados pela Justiça Eleitoral, por conta da intensa busca de candidatos para disputar as eleições de outubro.
São nomes para a formação das chapas que concorrerão à Presidência da República, aos governos estaduais e às vagas no Senado, na Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas – além de deputados distritais, no caso de Brasília.
A procura de candidatos que mais chamará atenção será para a corrida de deputados federais. Isso porque o tamanho de cada bancada federal eleita determinará se a legenda terá acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo gratuito na televisão e no rádio.
Será aquinhoado com esses benefícios o partido que eleger pelo menos nove deputados federais pelo Brasil afora. Um bom número de deputados decidiu leiloar sua mudança de legenda, exigindo, como contrapartida, a garantia de recursos financeiros para bancar a campanha eleitoral.
Os lances estão variando de R$ 1 a 2 milhões. Para a campanha eleitoral de um candidato a deputado federal, o Tribunal Superior Eleitoral fixou uma despesa de até R$ 2,5 milhões.
Com as empresas proibidas de fazerem doações às campanhas eleitorais, a eleição de cada candidato exigirá muita criatividade.
Os partidos médios, como DEM, PP, PSD, PTB e os considerados nanicos, estão convictos de que serão beneficiados na disputa com as grandes legendas (PMB, PSDB e PT).
Extinta a figura do marqueteiro com estrutura bilionária, por falta de dinheiro fácil, o que prevalecerá nas eleições que se aproximam será a inovação, a criatividade para ampliar o alcance dos discursos e dos programas partidários. Será fundamental o bom aproveitamento dos recursos disponibilizados pelas redes sociais.
A esses recursos se somarão as disposições dos candidatos de gastarem sola de sapato e salivas para, num corpo a corpo, do olho no olho, conseguirem os votos dos eleitores, que se mostram bem arredios em relação aos políticos.
É certo que o País terá uma eleição atípica, bem diferente das realizadas no passado recente, com menos gastos, mas, tudo indica, muito judicializada, por denúncias do uso do caixa dois, prática proibida pelas regras eleitorais.
Posturas novas do eleitorado são aguardadas, como a rejeição a figuras carimbadas da política nacional por envolvimento em ações delituosas denunciadas pela Operação Lava- Jato, bem como o surgimento de lideranças novas e jovens.