O primeiro dia da greve dos vigilantes, deflagrada nesta quinta-feira (1º), gerou transtornos em diversas áreas como agências bancárias, postos de saúde, hospitais, escolas e instituições públicas no Distrito Federal. De acordo com o Sindicato dos Vigilantes, 70% da categoria aderiu a paralisação. Atualmente, o DF conta com 20 mil vigilantes.
Além de reivindicar reajusta salarial de 7%, a categoria diz que as empresas estão querendo tirar vários benefícios da classe, incluindo auxílio saúde, fundo social e odontológico e adicionais noturnos. “Querem tirar também nosso horário de descanso. Atualmente, o vigilante tem direito a uma hora de descanso e querem diminuir para apenas 30 minutos”, informou o presidente do sindicato, Paulo Quadros.
Transtornos
No Centro de Saúde Nº1 de Santa Maria, longas filas se formaram no início da manhã. Pacientes esperavam a abertura da unidade de saúde, que continuava fechado devido a falta de guardas. Após horas de espera, vigilantes da reserva foram descolados até o local e a situação se normalizou.
A situação no posto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na 502 Sul, era parecida. O local demorou cerca de 1h30 para ser aberto. “Geralmente abrimos às 7h, mas, por causa desse impasse da greve, ficamos fechados até receber um posicionamento da empresa. Por volta das 8h30 já estávamos funcionando”, disse um vigilante que não quis se identificar. Com o atraso na abertura, enormes filas se formaram na frente do estabelecimento.
Outros locais funcionaram normalmente
Na Agência do Trabalhador de Santa Maria, porém, não houve alterações na rotina. O vigilante Leonardo Silva, de 36 anos, informou que preferiu não aderir ao movimento. “Ao mesmo tempo que eu acho injusto o que estão fazendo com a nossa classe, também acho injusto outras pessoas serem prejudicadas por isso. Como as pessoas vão ficar sem emprego? “, questiona. Na opinião dele, vários serviços podem ser afetados por causa da greve.
Em uma agência do Banco Bradesco, na 502 Sul, o cenário foi de tranquilidade também. “Não tivemos nenhum problema com isso, abrimos normalmente. O que prejudicou foi os cartazes de greve que colaram na frente do banco. Muita gente viu e achou que estava fechado”, comentou um funcionário da agência que preferiu não se identificar.
Vigilantes esperam resposta das empresas
O diretor de comunicação do Sindicato dos Vigilantes, Gilmar Rodrigues, reconhece que alguns estabelecimentos não pararam. Contudo, ele chamou a atenção para o fato de que a maioria dos hospitais públicos não funcionaram. “Lá no Hospital de Base chegaram até a suspender as visitas, só estava com um numero de vigilantes reduzido para assegurar a segurança dos funcionários e pacientes internados”, diz.
Gilmar admite que a greve deve continuar até que os empresários mudem de ideia e apresentem uma proposta que atendam as reivindicações da categoria. “Querem tirar um monte de benefícios da gente. Isso é um descaso com a nossa classe”, finaliza. Às 19h, no estacionamento do Conic, será realizada uma nova assembléia para discutir a continuidade da greve,